Frases de Luis Figo
A seca
tornava o rio vazio
como vazios ficavam os dias
de borrasca
aqui dentro
melancólicos espaços
da humana nevasca.
A espiga dorme
enquanto o vento
selvagem embala
seus cabelos
pés que não caminham
alinhados à beira da estrada
balançam parados
depois o verde amarela
as espigas são arrancadas,
uma a uma, ou ceifadas.
― tempo de colheita ―
começa a transformação.
Há paz em ver o mar
lembro de que ontem,
pensativo, contei estrelas,
mas hoje
a tarde envelheceu…
― sozinha.
O olhar preso
ao futuro,
ao amanhã
as certezas derramando
como um copo de água
na toalha
escorre a vida pelo chão
invade ruas, casas, corações
e o sorriso da moça da janela,
mas lá está a árvore
sob as suas sombras
gotejam dores
em almas verdes
de porvires incertos.
E assim vos digo: tomareis a folha deste mês e nela aplicareis todo o saber que adquiristes no mês passado. E que não cesse o vosso contato ao longo desta transição, pois forte deve ser a vossa comunhão nesta virada dos tempos. Amém.
Cada vez mais a humanidade afasta-se da verdade. Estão relativizando a verdade, o que é algo incorreto, o que implica uma inverdade. Isso está ocorrendo em todos os campos que afetam a vida.
A mesa de tábuas
envelhecida
as paredes condensadas
de vapor
a água quase fervendo
a magia de estender
a massa sobre a mesa
enrolar com esmero
fatiar
espalhar
enfarinhar
fervura breve
molho
queijo
alegria
a família reunida
falando alto
rindo feliz
― Tutti buona gente!
É tempo de vidraça
felizmente
o tempo passa!
flores florescem
vidas nascem
tudo se renova
viver é prova
canto é alegria
na grama verde
reflete o sol
do novo dia
borboletas
colorem o jardim
na natureza
e dentro de mim.
Se nos olhos
surgem lágrimas
o sorriso continua
no rosto
se tudo for
pouco, se o
mundo parecer
louco,
a vida, por si,
se basta,
pois toda dor
vem, maltrata
e passa.
Um ser comum
cresceu juntando
erros e acertos
em seu ingente
coração
descobriu na primavera
que o sol da vida
às vezes,
nem alcança
o verão.
Chegas à noite
nem tão discreta
penduras balões iluminados
― tuas luas de bordéis ―;
sentas à porta
sapatos vermelhos
lábios avermelhados
como uma flor carnívora
em pleno jardim do pecado
decotes generosos
mostrando os seios
e a tristeza
camuflando teus anseios.
Se eu partir
sairei cedinho
antes mesmo
do amanhecer
irei devagarinho
as estrelas
me seguirão
pelos caminhos
vendo-as
não me sentirei
tão sozinho
toda decisão
faz caminhos.
Pouco a pouco
o céu
morre
tudo vai ficando
cinza
nem eco
nem flores
nem pássaros
gostaria, mas
nada sei da
ciência da morte
nem de céus
nem de bocas
nem de mim
nem de fins.
Selvagens
Na rua, tanta gente
a procurar a gente sua
nada fácil
nas metrópoles
selvagens
sonhos enfileirados
na distância
saudade de casa
gritando solitária
juntar as mãos
manter a fé
quem sabe amanhã,
se Deus quiser!
Vaga-lume
A varanda, nostálgica,
tem sombras balançando
ao entardecer
a memória se enche
de lembranças:
a erva, o carijo
a mão
(de pilão)
calos
artérias salientes
o barulho do trem
― distante ―
as águas do Jacuí.
Cais
Era uma tristeza genuína
de quem é triste.
A solidão
sua fuga
um cais vazio
sombra cobria-lhe
o corpo e o casario
nas trevas
fechado em mágoas
dizem que delirava
era triste
imotivado
não queria ser alegre.
Ficção
Ainda que demore
as histórias acabam
eternizarem-se
é ilusão
um dia nasce
o outro nem sempre
a crença é
silenciosa,
mas o fato foge
da ficção.
Sem vazios
A palavra apagada
rompe os lábios
― sem importância ―
não comunica
não informa
não acrescenta
antes soprasse a brasa
para a luz brilhar
sem nada dizer
sem vazios
sem lamúrias
acordasse o mundo
com o sorriso
que ninguém
jamais tentará.
Do trem abanei
pela janela
se fui visto eu nem sei
foi a despedida mais
rápida já vivida
O trem se foi.
Segui a vida.
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