Frases de Luis Figo
Olhar
Há um gosto de silêncio
No olhar que vejo em ti,
Um desejo dionisíaco
Que faz meu pensamento sorrir.
Poeta ou poesia
Em dia de sonhos sou poeta
E busco com toda energia
Quando realizo nada me afeta
Sou a própria poesia.
Penso em ti
A estrela em que te vejo
brilhará eternamente
Nada é passado
És sempre presente.
Para a ternura materna
Acendo uma vela
A chama me queima,
Viveu por mim
Morreria por ela.
Me deito em véus
De insônias estrelares
Penso em ti
Brilhas no céu,
Mas te queria aqui.
Hoje não.
Hoje não quero
Hoje é dia de não querer,
Sem contradizer minha hierarquia
Minhas ordens hoje – desconsidero.
Nem me insista: hoje não quero.
Sou feliz
De presente a estrada matinal
- De chão batido – relva.
Selvagem selva e paraíso.
Natureza, sol, belezas.
Sigo como sou.
Me encanto
– Nó na garganta –
Sou feliz;
Não esqueço!
A música
E exatamente naquela fala
A música parou.
O silêncio foi enorme,
Por que será?
Não teve como evitar
A voz saiu parecendo um grito,
Todos se voltaram meio assustados.
O que mesmo teria falado?
Voltemos a dançar.
Sol
Conte-me do sol prometido,
Disseste-me que ele ainda brilha,
Inquieto-me sem que o veja
A espera é castigo insano.
Venha para mim sol que tanto amo.
Florir
Floriu o poema que plantei.
Flores lindas!
Perfumadas de vida.
Escuto o assovio do menino
Em seus galhos empoleirado.
Doçura de versos germinado,
Na poesia, que mesmo tardia,
Faz sombra para lhe abrigar.
Poderás oferecer uns binóculos a um ignorante
Mas ele irá continuar a ver
Apenas as pontas dos sapatos
Vãos
Pelos vãos dos seus dedos
Com maestria incontida
Passaram tantos segredos
Escapou tanto da vida.
Por eles vazaram poesias
Num galope ultra frenético
Incrédulo e imóvel você permitia
Contemplava com olhar poético.
A gente
A gente se doa em cada gesto de carinho
A gente se dá em cada flor que oferece
A gente se perde no outro quando ama
A gente renasce quando tem o que viver.
Hostil
Para seguir em frente
É preciso detonar minas internas,
Cavar túneis na alma,
Fazer pontes nos sentimentos,
Abrir picadas nas muralhas da vida.
Neste ambiente hostil
Dos meus olhos nasce um rio
Dou a ele brilho sutil
Águas mornas de frio.
