Frases de Fernando Pessoa sobre Vazio

Invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada.
(Pequenas Epifanias "Deus é naja", O Estado de S. Paulo, 15/7/1986)

Algumas coisas voltam, outras não. E a única lição que eu tiro disso tudo é que tudo teve seu motivo, para ter sido dessa maneira.

... mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço...

Também não vale a pena fingir um equilíbrio que eu não tenho.

No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser.

No começo eu esperava, que viesse alguém, um dia. Não veio nada, não veio ninguém.

Não roube os meu desejos mais secretos. Deixe-os guardados e calmos no canto que os escondi. Deixe os meus suspiros e arrependimentos em tranqüilidade aparente. Não é a hora exata? Não somos exatos! A exatidão me aborrece. A compreensão me deprime. Sua solidão me enlouquece.

Eu não vou falhar. Não porque não posso, mas porque não quero.

Tem dias que eu visto minha fantasia de otária.

Quando um religioso me diz que tem pena por eu ser ateu, eu me sinto obrigado a responder da seguinte maneira.
Eu é que tenho pena de você, é você que se deixa escravizar por uma realidade inexistente que te da toda a liberdade que você quiser.

É tudo tão bonito que me dói e me pesa.

Vamos marcar um dia pra tomar uma cerveja e você falar mal de mim na minha frente.

Pela minha absoluta desesperança, meu coração bate ainda mais forte. Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar.

Mas eu não pensava em sacanagem nenhuma. Só queria ficar perto dele. No máximo, ficar abraçado com ele. Na mesma cama. Sentindo a respiração.

... Ando apaixonada por viver, com tudo que isso implica, e espantada pela passagem do tempo.

Tenho repetido que, no que depender de mim, me recuso a ser infeliz.

Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar".

Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas...

Não fomos felizes para sempre. Nem infelizes!

E tem gente maravilhosa que, de repente, vai ficando longe, difícil de ver – e aí dança.