Frases de Fernando Pessoa meio Ambiente

Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
(Tabacaria)

A vida que se vive é um desentendimento fluido, uma média alegre entre a grandeza que não há e a felicidade que não pode haver.

Custa tanto ser sincero quando se é inteligente! É como ser honesto quando se é ambicioso.

Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha.

Cada dia me traz com que esperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa da esperança...
Mas viver é esperar e se cansar.

O prometido nunca será dado
Porque no prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se a esperança é gosto,
Gastou-se no esperá-lo, e está acabado.

Evil is everywhere on earth, and one of its forms is happiness.

O mal está por toda a Terra e uma das suas formas é a felicidade.

(Aforismos e afins)

Se te é impossível viver só, nasceste escravo.

Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Não sou nada,
Não posso ter nada,
Não quero ter nada,
À parte isso,
Tenho todos os sonhos do mundo.

A vida é cousa tão séria, os seus problemas são tão graves, que a ninguém assiste o direito de rir. Quem ri é estúpido — de momento, pelo menos. A alegria é a forma comunicativa da estupidez.

(Aforismos e afins)

Este é o dia. Esta é a hora, este o momento, isto é quem somos, e é tudo. Perene flui a interminável hora que nos confessa nulos. No mesmo hausto em que vivemos, morreremos. Colhe o dia, porque és ele.
(Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa in “Odes”)

Sinto, por vezes, um temor espantado das minhas inspirações, dos meus pensamentos, compreendendo quão pouco de mim é meu.


(aforismos e afins)

Para quê olhar para os crepúsculos se tenho em mim milhares de
crepúsculos diversos - alguns dos quais que o não são - e se, além de
os olhar dentro de mim, eu próprio os sou, por dentro?

A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.

Ah, meu maior amigo, nunca mais
Na paisagem sepulta desta vida
Encontrarei uma alma tão querida
Às coisas que em meu ser são as reais.

Árvores, pedras, montes, bailam parados dentro de mim...

Ninguém entende ninguém. Tudo é interstício e acaso, mas está tudo certo.

O homem é um animal que quer existir.

Os psiquiatras sabem (às vezes) como trabalha o espírito doente, mas não como trabalha o espírito são.

Mas como é que eu sei que estou consciente? Estou consciente de que estou consciente? Será isto possível?