Frases da Seca do Nordeste
Destino.
Toda fé no ser Divino
nesta árdua disputa
esse é o nosso destino
essa é a nossa conduta
e o sonho do nordestino
começa com muita luta.
Retirantes.
Na terra tão rica
a chuva não cai
sem água na bica
a planta não sai
um sonho que fica
uma esperança que vai.
Um sonho.
Essa é a verdade crua
que retrata tal destino
um povo que não recua
por ter fé no ser Divino
não tem seca que destrua
o sonho de um nordestino.
Nosso povo.
Esse povo é valente
se vê no semblante
mas a terra carente
não deixa que plante
e assim vai pendente
com fome e descrente
no seu governante.
Sujeito que não honra as origens não merece ter berço. Homem assim pode até ser bom sujeito, mas sujeito muito homem, duvido que seja. Porque macho que é sujeito homem honra sua terra como quem honra pai e mãe.
Ser feliz.
Está difícil alguém ser feliz
nós temos direito a um nome
ninguém nasce pra ser infeliz
mas é o nosso dinheiro que some
enquanto eles comem o país
o nordeste ainda morre de fome.
IGUALDADE.
Muita gente não imagina
o quanto o orgulho engana
não é assim que Deus ensina
nossa igualdade é soberana
minha certidão é nordestina
mas toda alma é humana.
MEDO...
O nordestino é valente
não porque usa peixeira
é porque pega no batente
assim que passa a porteira
e o único medo que sente
é dessa seca traiçoeira.
iguais...
O preconceito é intolerante
e o seu racismo eu abomino
a sua opinião é importante
mas não muda o meu destino
nunca julgue um semelhante
por ser negro ou nordestino.
João Pessoa...
Por esse mar tenho carinho
na mais bela João Pessoa
tem cantar de passarinho
tem passeio na lagoa
eu não troco o sol quentinho
pelo frio de uma garoa.
Meu dia.
De manhã pra começar
boto o café na chaleira
faço um bolo de fubá
charque boa e macaxeira
um prato de munguzá
e o que não pode falta
é o cuscuz na cuscuzeira.
Minha vida.
Só agradeço ao destino
por eu ter sido escolhido
a vida aqui de menino
outra melhor eu duvido
precisa nem ser granfino
saber que sou nordestino
foi um prazer ter nascido.
Saudade do interior.
Me lembro do engenho
dos passeios no trator
o sotaque que mantenho
são raízes de valor
na memória o desenho
da saudade que eu tenho
das belezas do interior.
A luz.
O galo vai pro poleiro
e o sol enfim descansa
a lua vira o ponteiro
e a escuridão avança
sem energia no terreiro
é pela luz do candeeiro
que eu enxergo a esperança.
A chuva.
Quando vejo a chuva vindo
tomando a nossa direção
o céu cada vez mais lindo
nas batidas do trovão
a tristeza vai partindo
e a alegria vem sorrido
esverdeando o meu sertão.
Saudade do sertão!
Que saudade dessas vias
da terra batida no chão
das melhores companhias
cada amigo era um irmão
ai meu Deus como eu queria
quem sabe voltar um dia
com a família pro sertão.
Sou daqui.
Eu sou cria desse ninho
não penso em outro lugar
já passei por cada espinho
sem medo de me arranhar
tenho amor, tenho carinho
e só deixo o meu cantinho
se Jesus Cristo mandar.
Negue não viu!
O cabra vai pro sudeste
convive naquele meio
trabalha, luta e investe
só anda de bolso cheio
diz que é da zona leste
sendo cria do nordeste
mas nega de onde veio.
Chuva!
Obrigado meu Senhor
pela chuva de ternura
pra salvar o agricultor
que sofre com a secura
quem tem fé recebe amor
e não existe uma só dor
que jesus não tenha a cura.
Tome jeito.
O cabra faz uma viagem
lá pras bandas do sudeste
volta cheio de fuleragem
chia mais do que a peste
se der uma de sabido
vai levar no pé do ouvido
pra lembrar que é do nordeste.
