Se não nos acautelarmos com o... Alessandro Teodoro

Se não nos acautelarmos com o que consumimos, nos transformarão num Amontoado daquilo que nem sequer existiu.
Às vezes, o que nos ocupa por dentro não passa de um monte de coisas que nunca existiram de verdade.
Medos condimentados demais.
Opiniões mal passadas.
Vontades fabricadas em linha de produção emocional.
Informações que engolimos sem mastigar — e que, depois, fazem morada, como se tivessem sido escolhidas a dedo.
O perigo não está no que consumimos com a boca, mas no que consumimos com a mente.
É ali que mora a grande armadilha: transformar-se em um amontoado de ideias alheias, desejos plantados, certezas embaladas a vácuo.
E, quando percebemos… já não sabemos mais o que pensamos, apenas repetimos o que nos alimentou.
Por isso, é preciso cautela.
Porque o mundo oferece banquetes para todos os gostos, mas quase nenhum deles nutre.
Quase todos apenas enchem.
E o excesso, quando não serve para fortalecer, deforma.
No fim, somos aquilo que digerimos — não aquilo que só engolimos.
