⁠Escuro. Não se pode ver, Pequenas... Clobson Fernandes

⁠Escuro. Não se pode ver, Pequenas luzes não me servem mais. Não enxergo nada, Onde está você? Saída, procuro, pequena porta Estreita e distante, Da vida bela, ... Frase de Clobson Fernandes.

⁠Escuro.


Não se pode ver,
Pequenas luzes não me servem mais.
Não enxergo nada,
Onde está você?


Saída, procuro, pequena porta
Estreita e distante,
Da vida bela, mas torta
Sem amor,
Apenas amante.


Fui quase belo,
Outro dia era desejo,
Parei antes do fim, não me encontro
Em nada que quero,
Já não te vejo.


Não sei dizer. Dói.
Não consigo morrer,
É mais profundo, não passa.
O que é viver?
Já se foi a graça.


Por umas tardes ainda fui feliz,
Dancei e ri, não morri e nem sangrei.
No balançar desses quadris,
Mesmo sem alma,
Ainda me encontrei.


Era samba, ou popular.
Era quimera nas coxas dessa menina,
E eu pasmo, sem passado,
Sem escárnio nem pecado,
Só não sei dançar.


Queria de novo poder sorrir
Mas se foi o que penso, sem estrada,
Não senti minha própria partida,
Acabou a música, nem percebi…
Não há mais dança, só o mesmo resto do nada.


E assim se calam meus sonhos,
Em outros braços ainda sinto calor.
Não se faz o que proponho,
Não se encontra mais o amor.


Reencarno todo dia, e a ferida não fecha,
Pois dos exageros da vida,
Nada mais me resta.


Fecham-se as portas.