Não há um livre sequer, pois... Alessandro Teodoro

Não há um livre sequer, pois ninguém é tão livre ao ponto de não querer estar preso àquele que o libertou.
A liberdade que o Evangelho anuncia não é um rompimento com tudo e com todos, mas uma reconciliação com a origem.
Não é o grito do “eu posso tudo”, mas o sussurro do “Nele tudo posso”.
Porque a Verdadeira Liberdade não nasce da ausência de vínculos, e sim da presença certa de um Amor que não escraviza, mas sustenta.
Quando Cristo nos liberta, não nos lança ao vento — Ele nos acolhe no abraço que dá sentido até ao ar que respiramos.
A alma, antes acorrentada, descobre que o mais doce dos cativeiros é permanecer junto d’Aquele que lhe devolveu o chão e o céu.
Ser livre, então, é querer permanecer preso — não por medo, mas por gratidão.
Preso ao olhar que compreende, à voz que acalma, à cruz que redime.
Preso, sim, mas por escolha amorosa; por saber que longe d’Ele, toda liberdade é ilusão, e todo voo termina em queda.
A liberdade sem Cristo é deserto;
a prisão com Ele é paraíso.
E no coração do liberto ecoa o paradoxo divino:
quanto mais o Cristo me prende com laços de amor,
mais livre me torno.
Eis o Maior Paradoxo da Liberdade!
Sê Livre, estejas Preso!
