Diz-me em que crês, para que eu... Raimundo Santana
Diz-me em que crês, para que eu desvende tua essência,
és chama que arde com propósito,
ou apenas brisa que passa, sem deixar rastro?
És nobre de espírito, que se ergue mesmo na tormenta,
ou mero espectador, que murmura nas sombras
para não ser tocado pelo olhar da luz.
Caminharás adiante, hesitante,
oculto sob véus de silêncio e dúvida,
na sombra que se desfaz,
como folhas mortas em decomposição.
Teus passos ecoarão no vazio,
ou romperão o véu da noite com a tristeza.
