Há algo em ti que puxa-me mesmo quando... Joni Baltar

Há algo em ti que puxa-me
mesmo quando tento fugir.
A tua presença cerca toda a minha alma, prende-me, incendeia-me.


E quando penso em ti — é o corpo quem responde. O resto dissolve-se,
até o ar tem o teu sabor.


Não há distância que baste.
O teu nome vibra na minha pele, como se o som trouxesse a tua pele para perto da minha boca.


Fecho os olhos
e o mundo curva-se em mim.
Tudo pulsa — lento, quente —
como se o tempo respirasse ao teu ritmo.


Existe um magnetismo em ti que chama o meu caos, um gesto, um quase sorriso,
uma promessa escondida na respiração.
Fico à beira — de ti, de mim, do abismo — e é ali que o desejo cresce, lento, inevitável.


Cada palavra tua é um fio de fogo que me atravessa em silêncio. E quando te calas,
tudo em mim escuta. E nesse inédito silêncio: deixo queimar, não o corpo — mas a alma, essa parte que insiste em te reconhecer.