ROMEU E JULIETA, SEM SHAKESPEARE [à... machado x de Jesus

ROMEU E JULIETA, SEM SHAKESPEARE




[à Crioula]



Vivemos na mesma cidade,

sob o arco da velha Roma.

Mas o espaço geográfico não comungou

Para que nossos caminhos se encontrassem.

Valha-me Deus, Santa Bárbara nossa!

Poema, conosco, o raio do amor não caiu no mesmo lugar.

E o desejo mora em nossos corpos, Crioula minha!

As ruas do querer, se alongaram.

Asfaltou o chão de terra que compunha o amar.

A paixão sempre ficou à espreita,

Nunca acaba!

Somos Romeu e Julieta

(o requeijão e o doce de goiaba)

No entanto, não nos degustamos!

A cada dia tomamos

uma dose do veneno “Se” (do Djavan)

O universo tenta nos afastar,

mas a cada passo dado, nos queremos mais como um ímã.

Minha fonte Luminosa, queria mergulhar meus lábios negros

nas águas que jorram do teu arco.

E ir confessar meus desejos carnais na tua catedral.

Meu soneto de 14 versos – de 4, 4 - 3 3.

Há quem diga que se nos rendermos ao desejo, seremos escravos dele.

Mas se somos prisioneiros do amor!?

... é de pessoas como a Crioula, que os poetas se debruçam a escrever poesia.

Abro um parênteses (talvez se consumíssemos esse tal desejo, poderíamos perder o gosto do querer)

Nossa Senhora das Dores, rogo-te que alivia as aflições desse caro Crioulo,

Que tua filha cuasarte!

Só em te pedir, me dói.

Crioula, aqui me despeço de ti, pois, não podemos ter tudo que queremos.

Em nós, cabe ainda a virtude da expectativa,

e com gosto de como ficou Pelé, do gol que não fez, como se o fizesse.

“Vive” – Desencana , nêgo, tudo nela gera tanta dor,

E não se sente!?

“Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu”

O amor platônico me mata!

Erromeu!!!