Dêem-me mil e uma páginas em branco e... Miriam Da Costa
Dêem-me mil e uma páginas em branco
e uma caneta transbordando tinta,
e escreverei uma vida inteira
com as cores da minha alma...
Sim!
Dêem-me mil e uma páginas em branco,
um abismo de silêncio à espera,
e uma caneta sangrando tinta,
e escreverei uma vida inteira
e as dores que me corroem,
o amor que me incendiou,
os fantasmas que nunca partiram,
os gritos que não couberam na boca...
E ao final...
as páginas me devorarão,
como se fossem o meu próprio espelho
de carne e osso,
de veia e sangue,
de pele e suor,
de sal e lágrimas
de coração e alma...
Sim!
Dêem-me mil e uma páginas em branco,
e uma caneta cheia de tinta,
e nelas bordarei a vida inteira,
com as delicadezas que o tempo me ensinou,
com as memórias que florescem na pele,
com os silêncios que também escrevem...
Cada linha será um sopro,
cada palavra, uma centelha,
e o livro, ao fim,
será meu coração aberto
pulsando poesia
e minh'alma escrevendo-me nela ...
✍©️@MiriamDaCosta