Domador do Cerro Chato. Pode largar o... RENATO JAGUARÃO

Domador do Cerro Chato.


Pode largar o aporreado
Mais sestrozo da tropilha
Tô loco pra tirar cosca
Me vou de pronto as virilha

Que ronque, castique o cabresto
Palanque aguenta o retosso
Me vou de tento pro lombo
Mango se vai ao pescoço

Despensa o amadrinhador
Me vou solito pro céu
Pra ver o mundo rodando
Por cima do meu chapéu

Saca a venda dos olho
Deixa o diabo enchergar
Enfurquilhado um gaúcho
Que já nasceu pra domar


Assim se foi o maleva
Levando o vento por diante
O lombo inchado é bufando
Deixou pra trás o palanque

Grudei espora em puaço
Fiz o potro se ajoelha
Dei uma volta nas clina
Pros dedo se ageita

Grunindo se foi ao espaço
Lá maula, senti o calor
E foi aquele gritedo
Nos verso do narrador

Vi o chão embaralhado
O céu virado do avesso
Numa troca de pescoço
Se foi lá cria meu lenço


Por fim suou a campana
Soltei a perna ao costado
Sai a passo tranquilo
O potro se foi ao alembrado

Juntei meu lenço e voltei
Só pra escuta o alaredo
E a peonada de pé
Metendo aquele gritedo

Mirei a prenda mimosa
E dei pra ela meu lenço
Tirei o chapéu saudando
Aquele acontecimento

Depois voltei pro meu rancho
E a fama de bom domador
Levei a china comigo
Como regalo de amor...

Renato Jaguarão.