Ecos de um Amor Esquecido Nessa noite de... Douglas Pasquali
Ecos de um Amor Esquecido
Nessa noite de luar, sinto em mim o peso do desejo,
te penso a cada instante, como uma memória que insiste,
flutuante, dolorida, marcada para sempre em minha pele.
Nosso amor terminou cedo demais,
foi rápido como um sopro —
mas cada momento foi encantador,
cada segundo um feitiço que hoje me atormenta.
Recordo da nossa pequena Eloá,
me chamando de pai —
uma princesa que me transformou,
que despertou em mim um homem diferente.
As tardes em família,
os almoços de domingo,
instantes que pareciam eternos,
mas que se despedaçaram
como vidro lançado ao chão.
A ti me entreguei por inteiro,
me dediquei sem reservas,
te ofereci meu coração.
E, no entanto,
fui para ti apenas uma folha de papel:
usada, rabiscada, amassada
e depois jogada fora.
Dói-me o peito admitir —
todo o amor que carreguei foi em vão.
Hoje, no lugar dos sorrisos, restam cacos de um coração quebrado,
resta apenas a solidão.
Me tornei para ti uma canção esquecida,
que já foi sucesso por um instante,
mas que agora jaz empoeirada,
silenciosa no esquecimento do tempo.
Sou para ti apenas passado,
um coitado sem valor —
mas ainda guardo em mim
o peso cruel da lembrança.
Saibas:
o que vivemos jamais terá volta.
O que foi amor agora é cicatriz.
A dor que carrego não é rancor,
mas um luto sem fim.
Seguimos caminhos distintos,
mas um grande amor nunca morre —
ele permanece,
gravado na carne, cravado no peito.
E, mesmo na ruína,
por ti ainda carrego respeito.
Autor: Douglas Pas
