Ah, você me machuca, com essa mania... Luan Teles
Ah, você me machuca,
com essa mania cruel de me ignorar.
Prefiro falar com o Dobby, meu gato,
Pois ele me entende bem melhor
Que você.
Ele não me faz chorar,
não me faz sofrer,
às vezes, brincando,
me faz até renascer.
Você duvida de mim a cada instante,
como espera que eu queira você?
Se acerto, não há louvor,
mas se erro, é castigo sem porquê.
Sempre pergunta aos outros
o que pensam de mim,
mas nunca declara confiança,
nem para fingir, nem por um fim.
Busca dinheiro, busca aplauso,
mas não me busca, não me vê.
Esquece o respeito, o amor,
e deixa meu peito arder.
Ignora minhas dores antigas,
não sabe o que enfrentei.
Repete comigo o mal
que em seu passado também deixaram, eu sei.
Ninguém confiou em você
Eu sei, e sinto muito por isso
Eu não gostaria que tivesse sido assim
Queria mesmo que tivesse sido amado
E compreendido
Mais uma vez eu respondo a você
Com a tristeza de perceber que você não me escuta
Insisto em dizer em vão
Sabendo que amanhã tornará a repetir
e perseguir suas dores
E buscará caça-las
Queria que tivesse sido amado,
acolhido de forma inteira.
Pois minha paixão é febril,
mas teu coração é frio, sem paz.
E no silêncio, percebo:
a história se repete sempre mais.
Ainda assim, digo em vão,
mesmo sem você me escutar:
“Não há ninguém mais bela que você,
Seu espelho, espelho seu diz
nem a branca neve pode igualar."