No batuque do tambor ecoa a memória, de... Eliomare Moura

No batuque do tambor ecoa a memória,
de um povo que cruzou o mar com fé e história.
Vieram acorrentados, mas livres na alma,
trazendo no peito a força que acalma.

Candomblé, Umbanda, Jurema,
religiões que carregam ancestralidade.
Em cada canto, em cada reza entoada,
vive uma herança viva, pulsante e encantada.

Respeitar é ouvir sem preconceito,
é compreender que a diversidade e a liberdade religiosa é direito.
É saber que o Brasil não se fez apenas de cruz e espada,
mas também de atabaques, folhas e encruzilhada.

A fé de matriz africana é raiz
é resistência, é cultura, é amor.
Fez nascer o samba, o axé, o maracatu,
pintou de cores fortes o céu azul do Norte ao Sul.

Quem nega essa religião, nega a própria nação,
nega o sangue, o suor, a formação.
Porque no terreiro também se constrói saber,
na gira, na dança, no modo de viver.

é cada um cutuar o que acredita com respeito.
Seja na igreja, no templo ou no terreiro,
Pois o Brasil, em sua real identidade,
é negro, é indígena, é fé, é pluralidade.

Então que se ouça alto o toque do agogô,
que se celebre o que o racismo calou.
Pois não há Brasil sem África em sua essência,
nem futuro justo sem Respeito e consciência.