Morri E ninguém percebeu. Não foi uma... Jorgeane Borges

Morri E ninguém percebeu.

Não foi uma vez só, foram várias, em silêncios que ninguém percebeu.
Morrer, às vezes, é apenas calar por dentro, deixar que pedaços se apaguem em meio ao barulho do mundo.


Escrevo porque ainda me resta esse fio, essa voz que insiste em existir, mesmo quando o corpo pede descanso e a alma se retrai.
Escrevo para me deixar — pedaços de mim, sementes de memória, rastros do que fui e do que sou.
Escrevo porque sei que, um dia, talvez eu suma de vez, e não quero que o nada seja a única herança do meu existir.


Que as palavras fiquem como quem acende uma vela na escuridão: não para espantar a morte, mas para que a vida ainda seja lembrada em sua delicadeza e em sua dor.