Já fui tempestade em corpo humano.... Evans Araujo compositor

Já fui tempestade em corpo humano.
Corria, entregava, me doava tudo em excesso, tudo por quem não merecia.
O descanso era luxo, o sono um privilégio raro.
E mesmo assim, eu seguia, quebrado por dentro, inteiro por fora.
Fui chão para muitos que nunca se abaixaram para me levantar.
Hoje, minha vida mudou.
Não porque ficou mais fácil, mas porque aprendi a escolher.
O que antes era urgência virou direção.
O que era excesso virou equilíbrio.
O que era entrega virou cautela.
E agora, quando me permito parar, respirar, dormir… incomoda.
Incomoda quem nunca viu o quanto já fui além dos meus limites.
Mas não me julgue por descansar.
Não me chame de preguiçoso.
Veja em mim alguém que aprendeu a se respeitar.
Porque meu descanso não é fuga.
É cura.
É reencontro.
É o silêncio que me devolve a paz que o mundo tentou roubar.