Consciência é Papel Escrevo porque,... Jorgeane Borges

Consciência é Papel


Escrevo porque, às vezes, falar não basta.
Porque minha voz se perde no ar, mas as palavras escritas… elas permanecem.
Cada linha é um pedaço meu, uma confissão silenciosa que não precisa de plateia.


Aqui, não existe medo de julgamento.
Aqui, eu não preciso sorrir para suavizar minha dor nem me explicar para ninguém.
O que deixo escrito é a minha consciência escancarada, crua, nua.
É o reflexo do que penso quando tudo silencia, quando ninguém está olhando.


E não, não é drama.
Não é exagero.
É apenas o retrato de existir com o peso que carrego, tentando não incomodar, tentando caber no mundo sem fazer barulho demais.


Escrevo porque é o que me resta quando falar não funciona.
Porque aqui, neste papel, posso ser inteira.
Posso admitir o cansaço, a confusão, o vazio.
Posso dizer que às vezes a vida dói mais do que deveria, e que seguir em frente parece uma vitória silenciosa que ninguém vê.


Se você lê, talvez se reconheça.
Talvez sinta que essas palavras também são suas.
E, nesse instante, é como se eu não estivesse tão sozinha dentro delas.


No fim, é isso:
O que deixo escrito não é só texto.
Sou eu, inteira, existindo em palavras.
Mesmo quando o mundo prefere que eu me cale.