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Evoluímos, convenhamos - antes o pão e circo" e ⁠agora o pão tornou-se o próprio ingresso ...

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - És 



És qual cantiga de ninar 
a um sepulcral descanso;
 
 O sopro frio de inverno
em secas folhas de outono ...


 És do jardim da solidão,
pétala, e caíra ...

 Assim pálida de adeus,
de abismos esculpida!


  És raio de sombra de um sonho
e não se sonha em trevas;

 Como descarnado abraço 
que o amor desaconchega ...


 És aos campos-santos
poesia de epitáfios  

 Pútrido coração 
e deformada paixão não igualo ...


 És a beijos de distância
folha a fio levada

 Íris cadente alinhada 
a luar em febril lábio ...

 
 És das lágrimas mais puras,
desnuda não cairá

 Comum brinde de corpos 
por tênue sopro de amar! ...


Lemos de Sousa 
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Paimon

.

Ó andarilho —
Conquistador 
da torre negra!
Senhor bastardo
que Serpenteia 
e deus herdeiro 
das Areias! —
Sopra a ampulheta 
entre os meus olhos 
que marca o tempo 
de tua estrela:
Vem, anuncia 
o aluvião!
Não silencia
a tempestade
que percorrendo 
o meu Deserto
é um império
até então! —
Vem, andarilho,
reinar o pó 
de minhas mãos —
elas são duas!
Vem, e confunda,
e ruja as mãos
e essas palavras,
elas são tuas!
Vem, andarilho, 
veja o teu filho —
e como Dário, 
como Alexandre 
ou como Ciro
Ouve o meu Verso
entre o alaúde,
o dromedário 
e o nosso Exílio! ( ... )


- Lemos de Sousa 
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Pássaros 

.

Tenham pena,
suas Asas,
dissecadas
De pancada 
debatidas 
Por Canção —
se elas partem 
meu telhado 
se elas caem
Separadas 
se elas chovem 
Solidão:
Sacrifícios 
de silêncio
artifícios 
do Deus tempo,
pra tingirem 
de tormento
pra escreverem 
de vermelho 
Na entrelinha 
dessas mãos —
tenham pena 
suas Asas 
Arrancadas
como as minhas 
costuradas
Na Canção,
se os meus Versos 
são gaiolas 
se a Minh'alma 
nunca chora 
porque a delas 
foi embora —
é que as aves
estão mortas
e eu roubei 
a Canção! ( ... )


- Lemos de Sousa 
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Gárgula 

.

Eu vi um santo
muito feio
Se sentar
aos pés 
De uma Cruz —
Se chovia 
suas asas
Lhe estendia 
como taças
e bebia
água benta 
aparada 
de Jesus:
Era alado,
tinha um falo 
Parecia 
ser Diabo,
mas chorava 
aos pés 
De uma Cruz! —
Tinha garras
tinha presas,
Eram chifres 
a tiara 
que o adornava 
e adorava —
abaixava 
a cabeça!
Eu vi um santo,
dava medo:
Vi no topo 
de uma igreja
e ele ria
sem sossego,
Com esgar 
e incertezas —
Ele ria
quem olhasse
para o trono 
das estrelas! ( ... )


- Lemos de Sousa 
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett