⁠SEGUNDA-FEIRA COM OZZY – UM RITUAL... John Rabello de Carvalho

⁠SEGUNDA-FEIRA COM OZZY – UM RITUAL DE MEMÓRIAS E PRESSÁGIOS (Por John Rabello de Carvalho) Ontem era só mais uma segunda-feira comum. Ou pelo menos, parecia se... Frase de John Rabello de Carvalho.

⁠SEGUNDA-FEIRA COM OZZY – UM RITUAL DE MEMÓRIAS E PRESSÁGIOS

(Por John Rabello de Carvalho)

Ontem era só mais uma segunda-feira comum.
Ou pelo menos, parecia ser…

Mas às 9h da manhã, quando meu irmão Estevão me chamou e me perguntou: e aí cara, você viu a mensagem que te mandei? Respondi que não, então ele me chamou até a sua casa e me mostrou as carnes para um churrasco, com as cervejas e o vinho, algo estranho começou a tomar forma.
Um espírito antigo acordava no som do primeiro riff...
Ozzy Osbourne começava a cantar…
E o tempo parou.

Não sabíamos porquê, mas estávamos ali:
Celebrando sem motivo. Brindando como profetas do nada.
Rindo, lembrando histórias, ouvindo — de “Mr. Crowley” a “Mama I’m Coming Home”, como se fosse o último disco antes do fim do mundo.
Falávamos dele, do Sabbath, da história, da loucura.
Como se estivéssemos preparando uma despedida...
…sem saber.

E o dia passou inteiro assim.
Ouvindo o Príncipe das Trevas.
Mas quando a madrugada caiu…
Veio o silêncio por dentro.

Três e pouca da manhã.
Ozzy ainda tocando em meu celular,
e meu peito apertando como quem pressente o fim.
Um choro travado. Uma tristeza sem nome.
Como se o tempo estivesse me dizendo:

"Isso que você sente é real.
Você está de luto por algo que ainda não aconteceu."

E então eu vi:
Não era só sobre música.
Era sobre tudo o que vivi até aqui.
Era sobre mim mesmo, meu passado, minha juventude, meus medos,
os fantasmas que gritam nos solos de guitarra.
Era sobre a fragilidade do eterno.

Hoje acordei e ainda ouço Ozzy.
Mas não é mais ele cantando para mim.
Sou eu cantando por ele.

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E então veio a notícia. A dor tomou forma.

Infelizmente, nesta terça-feira, 22 de julho de 2025,
meu coração vestiu o luto eterno,
porque John Michael Osbourne, o eterno Príncipe — Ozzy — partiu deste mundo.

E eu não sei como lhe dizer adeus…
Mas creio, sim — creio que suas músicas viverão até o fim do mundo.
Agora, apenas virão os dias, os meses, os anos,
até que chegue a nossa vez…
E quando chegar,
espero ouvir, na travessia do além,
um último acorde ecoando em trevas e abrindo a porta para a luz:

"I’M GOING OFF THE RAILS ON A CRAZY TRAIN..."

Descanse, Príncipe. Viva eternamente em cada alma que queima com tua voz despertando bons sentimentos.