⁠Na superfície das palavras não se... Monalisa Ogliari

⁠Na superfície das palavras não se vislumbra águas profundas. Um oceano de mares desconhecidos. O subconsciente integralmente inalienável. Onde não cabem mentir... Frase de Monalisa Ogliari.

⁠Na superfície das palavras não se vislumbra águas profundas. Um oceano de mares desconhecidos. O subconsciente integralmente inalienável. Onde não cabem mentiras nem falseamentos. Em um modo extremo de alheamento. O corpo se movimenta para além dos comandos da mente. A mente ludibria. E pensa ser nós, quando na verdade é algo muito maior. Trago um sorriso aberto no fundo do peito. Lágrimas persistentes não tiram de minha alma a vontade de ser. Existir para além das aparências. E quando penso ser o fim, renasce mais um dia. E me alegro, porque a alegria é minha, está marcada nas palmas de minha mão. Então suspiro e vejo o remansear do rio que é a vida. E a vida se estende como um oceano profundo, com suas ondas suaves. Hoje é dia de ser dia. E o dia se faz como um milagre. Alguma ideia vaga de um passado distante se pinta no agora e uma nova pintura da vida se faz no rosto que brilha. Centelha divina. Somos como um campo e sua vasta plantação a perder de vista. Tão grande é a natureza e esses olhos que observam. Se te amo, é porque o amor mora em mim. E você é aquilo que transborda do ser iluminado. Faria juras de amor, quando te juro, juro a mim mesma. E a explicação é sempre uma forma serena de apresentar os fatos. Tudo aquilo que transborda em mim em te dou gratuitamente, sem esperar reciprocidade, porque nada perco se tudo é abundância em meu peito. Escrevo palavras aleatórias que se juntam buscando significado. Talvez não o encontre realmente, mas fala porque há palavras como peixes em um ria. Te olho e encontro encanto. O encanto está em mim ou está em ti? É uma sensação plena de simbolismo. E minha alma não se apequena se acho graça em seu sorriso. E acho graça em sua gravidade, como se a vida fosse séria de arder, quando na verdade é só um deixar estar do tempo que chamamos de agora. O presente, no instante exato em que fito seus olhos. É imensidão. E se demora em ampla contemplação. Isso me prazer alegria, a alegria que há tanto mora em mim. Se mesmo quando me sinto triste, eu escrevo. E se escrevo, é porque há esperança. A esperança de a vida ser cada vez mais longe tudo aquilo que sonhamos. E então observamos os frutos de nossas mãos e colhemos abundância de afeto e prosperidade de sentidos.