Sangue em Silêncio Quero rasgar a... Magi

Sangue em Silêncio
Quero rasgar a pele,
abrir fendas onde a alma sangra em segredo.
Cada corte é um grito mudo,
um pacto silencioso com a escuridão que me habita.
Não é só dor física
é o vazio que corrói,
o peso da ausência que não cabe no peito,
é o eco das palavras que nunca chegaram,
das mãos que não seguraram.
Sou terra partida,
fragmentos que caem,
cacos de um ser que não sabe como se recompor.
Na lâmina, encontro a agulha que fura a névoa,
a única verdade tangível neste mundo insano.
O sangue escorre
vermelho, quente, real.
É o meu grito sem voz,
a minha resistência à anestesia da dor sem nome.
Mas mesmo nesse abismo,
há um fio frágil, quase invisível,
que prende o caos ao desejo de existir
uma luta sangrenta, feroz,
entre o desespero e a esperança que insiste.