Me sinto um camaleão. Tendo que... Allex Nascimento

Me sinto um camaleão.
Tendo que aprender com o ambiente e disfarçando meus passos pela estrada tortuosa.
Jogando entre os campeões, sabendo que cada um deles entende que este mundo é competitivo e que o segundo lugar é inaceitável.
Mas eu prefiro passar despercebido. Competindo apenas contra a minha face que fica ali encarando dia a dia em frente ao espelho.
Nem sempre vão me entender e nem pretendo que me entenda.
Talvez eu seja aquela pergunta que irrita, com múltiplas respostas.
Mas eu gosto assim.
Quero ser aquela surpresa que chega sem avisar.
Que vem a noite e quando o dia chega já faz parte da paisagem.
E se novamente perguntarem quem sou eu. Eu direi...Meu nome é ninguém!
De sobrenome Cunha e Nascimento.
Sem limites.
Aquele para o qual o mundo não oferece desafios inalcançáveis.
O cara que jamais conheceu o impossível. Alguns podem até achar arrogância e até seria se eu tivesse usado todas as chances que tive de subir esquecendo das minhas raízes.
Mas meu sangue carrega o peso de ser parte de uma história que foi construída no velho continente e que chegou ao Brasil para sobreviver no centro oeste deste país.
O tempo jamais apaga os laços que unem o primeiro e o ultimo membro desta familia. Acredito que agora estou preparado pra ser o que a vida me preparou pra ser.
Afinal se a águia viesse a este mundo para viver na terra, não teria nascido com asas. Não sonharia com as nuvens. E seus olhos não veriam muito além do que se pode imaginar. Conseguindo antever o tempo de cada ação a quilômetros de distancia.
Um movimento que teria que durar 35 anos planejado por um rapaz de 18 anos.
Que escrevia seus passos em um caderno, guardado no fundo de um armário e que era ilustrado por nomes que ele respeitava. Retratos e recortes de jornais. Algo que virou musica em 1997, " Jornais da vida" e que acordou um viajante do tempo.
Que saiu pelo mundo para aprender a cair e levantar quantas vezes fosse possível. E que andou entre Reis e plebeus com a mesma classe. E se tornou um deles na medida que seu instinto camaleão aflorava. Tempo necessário para traçar metas e estratégias. Tempo necessário para angariar aliados. Para tecer teias ou fios que se tornaram roupas visíveis aos que precisavam enxergar o sinal da nova tribo. E se cheguei até aqui, daqui pra frente vou seguir o meu mapa, pois desenhei o caminho entre as pedras e construí o atalho que visualizo quando estou sozinho na montanha. Acreditar é uma palavra forte, mas que só funciona quando não é dita apenas da boca pra fora. Pois a realização começa no seu interior. Uma meta só tem um destino quando você sabe onde quer chegar. E eu sei bem onde quero e vou chegar!