O tempo já não me pede urgências,... Fluxia Ignis

O tempo já não me pede urgências, ele apenas dança, dissolvendo-se na brisa suave que toca minha pele. Sou um rio sem margens, fluindo sem destino, abraçando o infinito com cada pulsação do meu peito.
O silêncio, antes esquivo, agora é meu mais fiel companheiro. Ele sussurra verdades que sempre estiveram aqui, ocultas sob a pressa dos dias que já não contam. Sigo sem posse, sem medo, apenas sendo, leve, vasto, eterno.
O ar vem e vai, beijando-me como um amante que não deseja prender, apenas tocar. E em cada respiro, descubro que nunca estive fora daquilo que sempre foi casa. O coração pulsa, mas sem urgência. Ele conhece a melodia dos que já não buscam, apenas habitam o instante.
E nesse repouso, nesse abandono doce ao que é, encontro a maior das alegrias: ser.