"Teu breve infinito em mim"... Janete Galvão

"Teu breve infinito em mim"
Era um dia estranho —
triste, assustador —
como se o tempo tivesse esquecido de seguir.
E, ainda assim,
em meio à dor,
havia você.
Tão pequeno,
tão puro,
tão meu…
Você só queria chegar,
fazer parte deste mundo
— do meu mundo —
tocar o céu com os olhos fechados
e me ensinar o amor mais fundo.
Ainda sinto…
as batidas suaves do teu coração,
ritmando esperança dentro do meu peito.
E os chutes na madrugada,
como se dançasse em segredo,
no silêncio sagrado da espera.
Havia luz no meu ventre,
e era você.
Havia sonho nos meus dias,
e era você.
Havia um amor que não cabe em palavras,
e continua sendo… você.
Agora, o tempo te levou para um lugar
onde meus olhos não alcançam,
mas minha alma sim.
E mesmo sem teus braços nos meus,
você será sempre parte de mim.
Pois há coisas que não precisam durar
para serem eternas.
Há vidas que, mesmo tão breves,
nos transformam para sempre.
E você, meu amor,
foi a eternidade mais doce
que já habitou meu coração.
Em memória do amor que floresceu no ventre e vive eternamente na alma.