⁠O Colapso dos Muros da Alma: Uma... Marcus Silva Menezes

⁠O Colapso dos Muros da Alma: Uma Peregrinação ao Vazio Quando os muros erguidos com o sangue da alma desmoronam, não há mais abrigo para os segredos entranhado... Frase de Marcus Silva Menezes.

⁠O Colapso dos Muros da Alma: Uma Peregrinação ao Vazio

Quando os muros erguidos com o sangue da alma desmoronam, não há mais abrigo para os segredos entranhados na carne do ser.

Cada tijolo, moldado pelo sofrimento silencioso de anos, dissipa-se como fumaça ao vento, revelando a nudez crua de uma existência outrora protegida.

Exposto, o âmago do ser torna-se espetáculo: os olhares alheios, alguns compassivos, outros carregados de adagas morais, trespassam a dignidade,
transformando-a em teatro para a condenação ou a piedade.

A verdade, agora desvelada, escorre como um rio sem leito, arrastando consigo os segredos mais sombrios, aqueles que fermentaram nas sombras da alma.

Nesse palco de vulnerabilidade, o ser contempla o paradoxo da libertação:

a mesma verdade que o despoja de suas máscaras também o condena à solidão do julgamento alheio.

Resta-lhe, então, a quietude da inexistência, não como fuga, mas como ato último de soberania.

É o fim de um ciclo que começou na infância, quando o primeiro tijolo foi cimentado com lágrimas,
e o sofrimento tornou-se arquiteto involuntário.
A inexistência, aqui, não é derrota, mas epílogo de uma narrativa escrita em sangue e silêncio.

Bem-vinda, inexistência!!!
Não como abismo,
mas como repouso das perguntas não respondidas.
O ser, agora desintegrado, retorna à quietude primordial,
onde segredos e dores dissolvem-se no vazio que precede até mesmo a linguagem.