Entre seus versos. Casualidade da vida... Poetisa Azul

Entre seus versos. Casualidade da vida deparei-me com um livro fechado no assento no ponto de ônibus. Doado por uma alma misteriosa. Recolhi a obra, intitulada ... Frase de Poetisa Azul.

Entre seus versos.

Casualidade da vida deparei-me com um livro fechado no assento no ponto de ônibus. Doado por uma alma misteriosa.
Recolhi a obra, intitulada "Entre Mentes", de gênero, poesia, e guardei na mochila, e regressei para casa.
Já no aconchego do meu quarto, sendo guiada através do olfato, senti um aroma, um encanto, para adentrar no livro.
E assim o fiz, abri o livro e concebi por alguns instantes o poeta, face á face, perante os meus olhos tímidos e ansiosos. Me curvei respeitosamente, como se pedisse permissão para tocar algo muito precioso.
Fui despindo-o a cada página, e me envolvendo nas carícias, dos seus sentimentos. Brotando em mim a imaginária imagem, sobre as doces frases, lidas atenciosamente, enquanto descia as minhas mãos sobre seu corpo em linhas, embriagando-me com cantos amorosos de suas escritas.
Perdi-me entre seus versos, nas suas tardes aconchegantes, repousei-me no travesseiro, sentindo o calor dos seus pensamentos, na admirada visão pelo céu, deixando molhar em teu rosto, as chuvas que caíram em suas prosas, borrando assim, as miragens das paredes cinzentas de seu quarto, quando recitou as magias encontradas nas vielas dos encontrões.
Escreveu nos cadernos, apreciações valorosas das serenatas, no recanto das expressões sobre os lábios ardentes, tocados de prazeres, e esbocei um sorriso, pelas palavras cheias de ternuras.
Pude sentir o seu peito descoberto junto ao meu, fazendo-me por várias vezes, declarar diante dos encantadores suspiros, da tão notável paixão dos seus versos.
Foi-se um cavaleiro, que lutou pelo desprezo de uma sociedade sem encanto, como um anjo que veio e deixou o seu manuscrito, a ressurreição da essência o verbo amar, em um mundo carecido de amor!
Caíram sobre as folhas, lágrimas nas últimas páginas, e me envolvi no abraço sufocado sobre o livro.
O adeus do poeta deixou-me no silêncio da noite, não tive tempo de despedir-me. Da matéria que reveste o espírito, a fotografia orgânica, restou apenas cálcio armazenado na sepultura desconhecida.
Depositando em minha alma, as suas obras poéticas, como quem lhe confiasse para guardar o tesouro das mais belas-artes.
Antes de fechar o livro, coloquei meu coração entre seus versos, para quem sabe, sobre os planos divinos, possamos conviver em outras vidas e escrever um novo conto, uma nova poesia.