⁠Alembradura - Horas convulsas da... Ricardo Maria Louro

⁠Alembradura - Horas convulsas da minha aldeia! Noites sem Lua, dias sem Sol, campos de flores, trigo e aveia, tantas sementes que o espaço alteia ... E um mont... Frase de Ricardo Maria Louro.

⁠Alembradura -

Horas convulsas
da minha
aldeia!
Noites sem
Lua,
dias sem
Sol,
campos de
flores,
trigo e aveia,
tantas sementes
que o espaço
alteia ...

E um monte
de estevas,
ergue ao longe,
na umbra,
uma Terra audaz!

"- Ó menino,
tu não te
atrevas ir
sozinho a
Monsaraz!"

Dizia meu Avô!
Dizia minha Avó!

Montes e vales,
rochas traiçoeiras,
hortas e vinhedos,
cercas perturbantes,
bichos e cobras,
por aí, nas eiras,
onde eu andava
dantes ...

No Outeiro!
Na minha Aldeia!

Criança sem rumo,
pelo orvalho,
diziam meus Avós,
atormentados:

"- o menino
não levou
agasalho! ..."

E quando regressava
dessas voltas,
sempre, de meus Avós,
preocupados, escutava
um ralho!

E hoje, mais só,
que dura saudade!
Desse Tempo ...
Desse Espaço ...
De meu Avô ...
De minha Avó ...

Saudade que perdura,
nessa Casa da Infância,
nesta fria-alembradura ...