Numa noite igual a essa fui à... Daniela Possamai

Numa noite igual a essa fui à Júpiter..
Só pra ver se existiam por lá as anêmonas..
E só havia hidrogênio e desânimo - um gás incolor, eu sei, e algumas europas..
E então, os inventei - as alegrias, algumas rochas coloridas e as anêmonas..
Sorriram e eu, eu me pus a desaguar..
Nesta noite compreendi a terrível loucura de um invento..
Perdoe-me por essas ideias estapafúrdias..
Nasci assim, cheia de engenhos, procurando uma função para cada coisa ou palavra..
Fazendo verso da pedra, da merda, da morte..
Não sou inquieta, sou poeta..
Poema para quem se põe a admirar o infinito as 3:56 da manhã de uma madrugada qualquer.. (julho insone/21) aos pequenos seres imperfeitos