África, onde estão os seus filhos?... Adriel B.

África, onde estão os seus filhos?
Arrancados foram de Ti
E com lágrimas em teus olhos
Teve de vê-los partir.

Forçados a sair de sua terra natal,
Não puderam nada escolher.
Trouxeram pessoas, como animal,
Quantos no caminho vieram a falecer.

Colocaram amontoado em barcos,
Trancafiaram a todos no convés.
Acorrentaram pelos os braços
Os que eram livres foram presos até os pés.

Trazidos para o sofrimento,
Trabalhavam com zero de compensação.
Não podiam descansar em nenhum momento,
Os feitores golpeava sem compaixão.


Possuíam os corpos marcados,
Eram acometidos de várias torturas.
Só eram deixados de lado,
Quando baixavam à sepultura.

Para os rebeldes,a opção era fugir.
Nisso nasceram os quilombos,
Funcionavam como um oásis,
Até o “capitão do mato” descobrir.

O grito de liberdade esteve preso.
Tentaram apagar a nossa cultura,
Mas as raízes vem de nosso berço,
E isso nem a escravidão muda.

No Brasil foram quase 400 anos,
Em outras nações um pouco menos.
Mesmo estando libertos,
Os colonos nos viam como pequenos.

A sociedade não nos abraçou,
Pois não houve nenhuma inclusão.
Tudo que o negro conquistou,
Foi pela força de suas mãos.

A história foi manchada ,
Quantas vidas foram perdidas.
Surpreende nos dias de hoje,
As desigualdades ainda estarem vivas.

Até quando o bandido vai ter cor?
Até quando o tiro vai matar mais nosso povo?
Quantas vezes teremos que escutar,
Que mais um garoto preto foi morto.

Até quando veremos diferenças de oportunidade?
Até quando haverá distinções salariais?
Está mais do que na hora,
De sermos maioria em multinacionais.

Não aceitaremos mais migalhas!
Queremos igualdade agora!
Cansamos de sermos diminuidos,
Não estaremos mais como chacota.

Em busca de maior representatividade,
Não ficaremos totalmente satisfeitos.
Queremos o alto cargo no governo!
Por que não ter o próximo presidente negro?