Quem procura me entender: sempre perde a... Anna Flávia Schmitt Wyse...

Quem procura

me entender:

sempre perde

a cabeça!

Nasci livre

como uma ave,

Insistir comigo,

de nada vale,

- não compensa

Sou um poema

de quinta,

- um verso vagabundo

Uma poesia bandida,

- rebelde -

Doidamente

transtornada,

Cauda de cometa,

- constelação efusiva

Doido verbo

e provocativo,

Dançando em cima

dos estilhaços,

Desse planeta

cheio de cacos,

Versos feitos

a fio da espada,

Brio, doçura e sangue

fervente

- e determinado

Pelos alçapões

do inconsciente,

Repleto de si

e com assinatura

- própria -

Corto com os versos

de Salomé

- o teu juízo -

E me misturo

aos teus aromas,

Furtando, assim,

o teu coração.



Então, repousa aqui,

bem aqui,

A tua mente

e o teu coração,

Assim, neste colo,

a fantasia,

O teu implacável

desejo

De mergulhar

na sedução;

Nascida

dessa cantiga,

E de cada verso

de paixão.



Voa, então, sobreviva,

Não se recuse, não se negue,

- se promova

Ao meu colo, se renda,

Prossiga como quem se atreve...