A Guerra da Balaiada sob o olhar do... Bárbara Melo

A Guerra da Balaiada sob o olhar do oprimido

Quem quer ouvir, ouça agora
A história que vou contar
Ouvi tudo dos mais velhos
Moradores deste lugar.

Hoje terra bela e abençoada
De belezas sem igual
Mas aqui já foi cenário
De uma cena triste e brutal.

Foi a Guerra da Balaiada
Um conflito esmagador
Derramando sangue de muitos
Um cenário de terror.

Aqui era Vila da Manga
Quando o caso sucedeu
Maranhão em meio à crise
E uma prisão que aconteceu.

Irmão do Raimundo Gomes
Vaqueiro distinto e afamado
Foi preso à mando do prefeito
Mas foi logo libertado.

Vaqueiro Raimundo Gomes
A cadeia logo invadiu
Libertando seu irmão
E todos, que ali ele viu.

Aproveitando o momento
De revolta e desconsolo
Juntou-se à Negro Cosme
Bravo líder quilombola.

Conquistando mais apoio
Juntou-se à Manoel dos Anjos
Um fabricante de balaios
Artesão que honrava o nome.

Mestiços e pobres brancos
Vaqueiros e escravos evadidos
Sertanejos e vaqueiros
Representando o povo oprimido.

Uma grande massa popular
Que logo se propagou
A Guerra da Balaiada
Que Raimundo Gomes iniciou.

Na luta continuaram
Contra pobreza e opressão
Conquistando Vila da Manga
E Caxias do Maranhão.

Sob o olhar do oprimido
Aquela luta era justa
Onde o povo tinha vez
Contra a miséria absoluta.

O saldo triste era grande
Suor e sangue derramavam
Pois os balaios guerreiros
Há muito tempo já lutavam.

Seguiam firmes nesta luta
Dominando terras estavam
Chamados por muitos de rebeldes
A elite já incomodavam.

Mas agora entrava em cena
Um homem também destemido
Enviado para tentar dominar
A rebeldia do oprimido.

Era o Duque de Caxias
Militar de vitórias afamadas
Para pacificar a província
Para a região foi enviado.

A luta cada vez mais sangrenta
Enquanto sua tropa avançava
Os balaios já bem cansados
Sem demora seriam dominados.

Caçando duramente os balaios
Conseguindo os dominar
Matando muitos rebeldes
A vitória veio a conquistar.

Assim viu-se o fim da saga
Daqueles homens guerreiros
Que sendo heróis ou rebeldes
Bravamente lutaram por seus diireitos.