Desde criança eu sempre me arrumei para... Geraldo Neto

desde criança eu sempre me arrumei para ir à escola, eu gostava de ir, um dia antes eu olhava para meus cadernos e sentia ago inexplicável, era como se eu tivesse ganhado um prêmio valioso, e, assim, eu ia para escola sozinho, quando era mais criança ia cm minha tia nanam, ainda lembro ela me deixando no Afonso Pereira, aí depois ia com as amigas e os amigos. Nunca chorei no primeiro dia de aula e nem entendia o motivo de que choravam, era algo tão natural e bom, nem entendia aquilo tudo.

Na escola passei por muitas dificuldades, de ordem intelectual e o relacionamento com meus amigos, sofri muito por ser gordo, lembro que no São João eu fui recusado de participar da quadrilha por ser gordo e a menina não me queria como par, isso eu não dizia em casa e ficava calado, era mais fácil dizer que não gostava do São João e suas festividades.

A minha timidez veio com a escola, pois ser gordo era algo feio, asqueroso e que não podia namorar com quem queria, aí você passa a ser o defensor dos outros em situação de fragilidade e pequenez, mesmo sofrendo. Depois de tanto tempo me consultei com uma colega do ensino fundamental e que me fez chacota por ser gordo sendo minha nutricionista, eu fiquei pensativo e senti a resposta do tempo, pois quando eu ia sentar na sala de aula , ela organizava um grupo para que na hora que sentasse todos se levantassem e organizou até um coral e me chamou de "gerildo", ou seja, fazendo menção aos girinos, larvas dos anfíbios, ou, precisamente, os sapos.

Mas passei pela escola e até minha professora do reforço não acreditava em mim, o amigo que hoje é farmacêutico um dia na escola de reforço me apelidava e me excluía, ainda fazia chacota de mim, e, hoje, eu compro em sua farmácia.

Mas mesmo com tudo isso na infância, eu tinha dois pais, um pai de sangue e um avô, fui criado pelos meus avôs e tudo que passava na escola eu supria em casa, pois na casa de meus avós eu me encontrava e era feliz.