De todas as pessoas do mundo, eu não... Carvalho, J.

De todas as pessoas do mundo, eu não escolhi você. E nem você me escolheu.
Chega a ser cômico: tão perto, no mesmo mundo, e vivendo em diferentes submundos.
Aniversário de um amigo em comum, eu tinha 14 anos, estávamos na mesma festa e provavelmente você nem me notou.
Eu te observei rapidamente e depois esqueci que te vi.
Posto de gasolina na esquina da minha casa, nos entreolhamos, você como sempre lindo e vestido de camisa branca, guardei na memória, segui e no dia seguinte nem lembrei que o vi.
Mas sempre te observei, nesses e em vários (des)encontros desses que tivemos ao longo da vida.
Até que...
Janeiro, quinta-feira de verão, eu com 24 anos, a noite estava quente, seu sorriso exibido, chegando todo lindo no meu bar preferido.
Cerveja gelada, risadas e um papo sem fim. Pra terminar a noite: sua cor favorita? Um cantor? Um autor?
Que vibe!
Luz do luar, estávamos feito adolescentes, sentados na pracinha, com beijos intensos e quentes.
Fiquei imersa nos teus braços e me encaixei naquele abraço.
Guardei aquele momento na memória, se daqui a algum tempo seguirmos caminhos opostos, saiba que aquele dia ficou marcado na minha história.
Amigos em comum, lugares em comum. E, nunca, nem nos meus melhores sonhos, imaginei que teríamos essa infinidade de coisas em comum, além dos locais em que vivíamos nos esbarrando. Jamais imaginei que dentre todas as coisas comuns, descobriríamos as incomuns e decidiríamos por torna-las comuns.
Pizza ou Japonês? Juro me esforçar pra comer massa, se você me levar pra comer sushi pelo menos uma vez ao mês (rs).
Iniciamos assim nossa amizade, que veio colorir o preto e branco da nossa rotina. E diante de toda nossa empatia, percebemos o quanto entre nós havia sintonia.
Você chegou na minha vida num tom tão bonito que parecia uma sinfonia, até me fez escrever uma poesia.
Tem uma frase que diz assim:
O universo une versos tortos, feito eu e você, que, na hora certa, fazem a mais bonita rima.
Guardei pra você.
Hoje, gratidão é o maior sentimento do meu coração,
por viver de forma louca e segura todas as aventuras que nos trazem esse turbilhão de emoção.
Termino te fazendo uma pergunta: É sério que só tem uma semana que de fato te conheci?
Parece que esse sorriso é o mais familiar que já vi.