Isto poderia ser um poema, poderia estar... Juliana Salvador

Isto poderia ser um poema, poderia estar em um livro, poderia ser uma estória, poderia ter palavras rebuscadas, poderia ser algo que desse um nó na sua mente, mas é apenas um simples texto com uma cena e uma pessoa, na verdade, uma garota cuja identidade não importa.

Construa esta cena em sua mente: água azul clara, céu límpido, areia branca, fofa e fina. Uma garota sentada na areia. Não vamos falar sobre a vida dessa jovem, vamos falar sobre as ideias que ela possui.

Uma nota: Ela é simples como o ar.

Você pode estar pensando que ela é invisível na sociedade, e talvez seja. Você pode estar perguntando-se: “Como assim simples como o ar?” e tal pergunta, eu não irei responder, apenas entenda: Tudo é simples, nós que complicamos. Você pode ainda estar pensando que esse texto é sobre ela, mas na verdade é sobre você, sobre todos, sobre tudo.

Somos parte da natureza, pois somos feitos dos mesmos elementos químicos que tudo na natureza. Estamos no planeta Terra e ele é feito dos mesmos elementos químicos que somos feitos, então somos o planeta Terra. Somos a natureza, assim como somos as estrelas. Somos os planetas e a Via Láctea. Somos as galáxias e o universo. Nosso corpo é infinito, nossa alma não, ou sim, quem sabe a verdade?

Um pequeno exercício: Sente-se em um local movimentado, perceba os pequenos detalhes e permita-se sentir todas as emoções que o que está vendo te faz sentir. Olhe atentamente os movimentos de todos os seres vivos ao seu redor. Como executam esses movimentos? Para que estão movimentando-se? Ouça atentamente as conversas alheias e tente entendê-las percebendo que essas pessoas têm sentimentos e problemas assim como você. Existe solução para os problemas dessas pessoas? Os problemas são difíceis de solucionar? Você já passou por algo parecido? Já se sentiu da forma em que elas estão se sentindo? Por fim, tire suas próprias conclusões.

Outro pequeno exercício: Vá a um lugar como um parque ou um jardim, ambos de preferência com um lago, animais e muitas plantas, (Se achar divertido, você pode até levar uma daquelas toalhas quadriculadas branca e vermelha, típicas de piquenique dos filmes norte-americanos.) e então relaxe fazendo o mesmo que no exercício anterior, porém dessa vez sem prestar atenção nas conversas alheias, se houver alguma. Permita-se ser a natureza. As conclusões são suas, é claro.

Ela gosta de ir à praia no fim da tarde, mas não só para refletir, mas porque gosta da textura da areia nos pés, gosta da gradação das cores do mar juntamente ao céu, gosta do som do mar etc. Ela sente que faz parte da natureza, que faz parte de algo maior mesmo que não saiba explicar tão bem, apenas sentir. Para ela, sentir que não está só e que tem todas essas moléculas em suposta harmonia, a faz querer viver mesmo sem saber o propósito disso.