Sinal De Deus O caminho que leva Suspiro... Valdenir De Lima Oliveira

Sinal De Deus

O caminho que leva
Suspiro no ar
Um pé na terra
E o outro no mar,
Vento que sopra
Em qualquer direção
É fe que mora aqui dentro
E nunca vai desabar,
O carinho que eleva
Em qualquer coração
Moradia que releva
Qualquer estado de conservação,
O caminho é o destino
E aflito é o menino
Que segue sozinho
Num louco e triste desatino,
Pelas escadas da vida
Pelas ondas do mar
E o suspiro do ribeirão,
Fazendo o menino chorar
Desde muito pequenino
Já soltava o pranto no chão,
A mão da vida era muito pesada
E a criança não podia aguentar
Ela sempre caía da escada
Sem ninguém pra te amparar,
É destino malino
E jornada
É vestígio de pó
E resto de nada

Mas viver era sempre um capricho
Um aprendizado meio esquisito
Não tinha brincadeira
Nem banho no riacho,
Só tinha vendaval
E braços acenando a bandeira
É como se eu vivesse
E ninguém soubesse
Que eu existo,
Mas assim que o dia amanhece
Já tô na estrada
E os meus sonhos persiste

O meu caminho
Só quem sabe sou eu
Ninguém deitou no meu ninho
Pra entender de dor como eu,
Que viu a vida valente
Surrando a cara da gente
Jogando poeira nos olhos
E nos obrigando a olhar pra frente,
Sem conhecer o fim
Nem a estrada onde ir
Esquecendo do sim
E batendo sempre em porta errada

Foi vida e destino se cruzando
Foi mágoa e o tempo levando
Pela correnteza do tédio
E o tempo
Que se perdia sonhando

Foi voz que dizia que não
E força que insistia a lutar
Contra toda e qualquer multidão
Que no chão queria derrubar
Caminhei,
Como jamais quis andar
Lutando e aspirando a pé
Com um passo bem devagar
Mas seguindo sempre com fe

Foi chão
Foi grão
E migalhas
Quase um lixo
Quase sem pão?
Um corte de navalhas
Deixava sempre aberto
Dentro do peito um vão
Que já parecia um deserto

Foi quando eu avistei uma luz
Tocando na minha direção
Eu já fiz logo o meu sinal da cruz
E confesso que foi tanta emoção,
Era um sinal de Deus
Avisando que estava no fim
Toda aquela peregrinação
Com vozes do além
Dizendo que sim,
Pra um coração
Que já agradecia
Gritando bem alto amém
Porque não mais padecia.