ALFORRIA PARA A ÁFRICA! Sinto tamanho... Elisa Salles

ALFORRIA PARA A ÁFRICA!

Sinto tamanho pesar por ti minha Rainha...
Quem guiará teus passos rumo à igualdade?
Quem ousará livrar-te da tirania mesquinha?

Há tempos ouço o clamor sentido da tua voz
Dói em minh'alma o desespero do teu grito...
Tão maligno o poder que te submete. Algoz!

Assassinam-te aos poucos de sede e fome
Pestes medonhas roubam o vigor da tua raiz
Quem, óh mãe, calcará na vitória teu nome?!

Tu que pairas, guerreira sobre o mundo...
Se recusas, ferrenha a render tuas forças
Que mal abismo espectral este... Profundo.

Quantos ainda lavarão de sangue o teu chão?
Que ousados, se erguem sobre seus ossos
Como és bela, pura e forte, primorosa nação!

Quando contemplarei seu riso leve em alvor?
Liberto dos "apartheids". Açoite mortal e frio.
Tombam teus guerreiros aos mil ante o terror!

Levantam-se os poetas de Castro, dia após dias
Gastam as tintas de suas canetas em papel branco
Mas mãe, por ventura tem pigmento a poesia?!

Não mãe!_ Mil vezes não. O verso é incolor!!
Assim como é acromática a alma de todos nós
E tudo o que nos marca e nos une deve ser o amor.

Ergo aos céus minha voz de bardo. Abro meu peito.
Que os que pregam o ódio à liberte. Opressão...
Deixem-na voar pelos céus alheios ao preconceito!

Pois és bela mãe África. És amada e bendita!
Não és melhor nem pior. Teus céus são iguais...
O Deus de todos e tudo em ti reina e habita.

Sim. Sinto por ti tristeza, mas jamais piedade
Louvo-te as árvores e o chão de terra vermelha
Serás um dia o clarão de honra, paz e verdade.

Que os homens de bem bradem junto à mim
E que em uma única voz retumbem pelo mundo
Alforria aos filhos da África__ Liberte-a enfim!!

Elisa Salles
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