O TEMPO EM SUA EFEMERIDADE Parece que... Joelma Antunes

O TEMPO EM SUA EFEMERIDADE



Parece que foi ontem
E já não era mais
Um dia acordamos, e percebemos
Que não se pode voltar a trás
Que o silêncio e a solidão
Já se tornaram uns vírus para a alegria
Já se tornou tristeza
Tudo que um dia significou felicidade
Momentos que se dissolveram
Em pensamentos soltos o vento
Que foram expressos com palavras desconexas
Coisas que esfacelaram os segundos do tempo que passou
Momentos deixados, feito sombras.
Em suas antigas verdades
Mas que se refazem na memória
Contudo, se vão como poeira e o vento leva rapidamente.
Como se fosse capricho do destino
O que não se pode entender
Sobre um mistério indefinido
Tudo passou como instantes
Coisas que inventamos no momento que desejamos
Sensação que sorrateiramente nos engana
E insistimos em ousar no que nos opomos
O que resta agora
É vago traço do vazio
Que tentamos decifrar
Sobre o valor conceitual do tempo
Mas descobrimos uma só verdade
Entre todas que não mais existe

Tudo é efêmero
Como essa lágrima...
Escorrendo delicadamente no rosto
Prefiro calar
Reconstruir um mundo onde a vida se refaz
Esquecendo-me dos gestos perdidos
Do olhar escondido
E busco encontrar no abraço
Seu poder revitalizante
E no sorriso
Nova forma de viver
Em nobres gestos que acolhem a alma.