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Ah o amor... que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.

Luís de Camões

Nota: Trecho adaptado de soneto de Luís de Camões.

Tem uma pedra me seguindo, só isso pra explica que tinha uma pedra no meu caminho.

Todas as faces de uma poesia anacrônica



De qual poesia estamos falando?
Da sua, da minha ou da de Drummond?
A qual classe social pertence os teus versos?

Pois se falas de um sobrado com vistas para o mar,
a poesia é uma.
Se falas de um puxadinho a beira córrego,
a poesia é outra.
Se escutas o estampido seco dos disparos ao longe,
mas não vês a cor do sangue que pinta a calçada de vermelho
e o choro triste da mãe que escorre em silêncio de seus olhos avermelhados
e envolve o corpo morto de seu filho, ainda (adolescente), caído na sarjeta
a poesia pode até te dizer algo, talvez, não te diga tudo.
E o mais provável é que não te diga mesmo tudo!
Mas dirá algo com toda certeza.
Mesmo que pense, (in)conscientemente, não ter mais nada a ser visto.

Se não vês o sangue urdir a tua consciência
e tomar-te de indignação por completo
de certo, talvez até critiques o que lê.
Pois não sabes de que poesia se está falando.
Não sabes de qual estética poética falo
e eu de certo, na mesma medida que ti,
não faço ideia de que versos você se veste
quando investe sua ira contra mim.

De quem é a poesia?
De quem a escreve,
de quem a lê,
de quem?

Dizem que a poesia não tem classe social, gênero, cor, raça, etnia, religião...
Tudo mentira!
A poesia é pretensiosa, escolhe e se faz escolher, manipula.
A poesia se disfarça e se versa em faces diversas,
só para manter o disfarce, da grande farsa que somos todos iguais.
Inclusive quando escrevemos versos.
Eu minto, tu mentes, ele mente...
Drummond, não.

Inserida por JotaW