SÃO PEDRO DA UNIÃO Cidade do sudoeste... ElcioJose

SÃO PEDRO DA UNIÃO
Cidade do sudoeste mineiro,
Terra de um povo hospitaleiro.
Sua história vem de um jovem lenhador,
É a razão desse povo trabalhador.

1853 é o marco na história,
Que com o tempo se perde na memória.
Pedro Espetáculo com a foice no roçado,
Encontrou a imagem de um Santo muito amado.

Imagem talhada em madeira,
Escondida entre o mato na ribanceira.
Deve ser milagre, ficou lá o seu segredo,
Por que estava ali a imagem de São Pedro?

Proprietários de terra da redondeza,
Homens dignos de pura nobreza.
Suas terras doaram,
Para construção do sagrado santuário.

Em pouco tempo distrito se tornou.
À comarca de Rio Grande se ligou.
Recebeu o nome de São Pedro da União,
Desde cedo foi um marco na região.

Passos, Jacui e Guaranésia foi certo tempo subordinado,
Adquiriu maioridade, aprendeu bem o recado.
Com o cavalo, o boi e o arado,
Deu a colheita do que outrora foi plantado.

Ao oeste mineiro era ponto de passagem,
Para muitos ele era estalagem.
A cidade que nasceu de uma imagem,
É a mata, é o rio, é a miragem.

Agricultura era a renda do povoado,
Tinha colheita farta em um solo preparado.
O café hoje é sua riqueza,
Tem o cheiro e o sabor da natureza.

Saudades das árvores lá da praça,
Dona Fiica, Dona Chiquita, cheias de graça.
Da igreja com muito amor cuidavam,
Para a fé e a paz dos que rezavam.

No grupo era Dona Encarnação,
Brincadeiras com ela não tinham não.
Calça curta e vergonha de montão,
No recreio tinha manteiga e requeijão.

Bola na rua era alegria da criançada,
Ruas com sarjeta e sem calçada.
Na descida era carrinho de madeira,
Machucava e não tinha choradeira.

Do Ginásio muita saudade,
Da adolescência e também da mocidade.
Festas religiosas eram alegrias da moçada,
Primeiro beijo e primeira namorada.

O campo de futebol era chão duro,
O gramado era futuro.
Aos domingos a peleja era garantida,
Os gols eram alegria da torcida.

Na garagem improvisada,
O bailinho sempre rolava.
A praça era o palco dos amantes,
Dos beijos e abraços picantes.

O rio era a piscina,
Tinha regra e disciplina.
Nas ruas sem asfalto,
A poeira era o assalto.

Nos pomares frutas maduras,
Jabuticaba nas alturas.
Pros garotos uma loucura,
Não tinha cerca e nem altura.

Na escada da igreja matriz,
Tinha musica, tinha raiz.
Serenata muito som e cantoria,
Nas casas uma janela se abria.

Uns saíram outros ficaram,
Desafios enfrentaram.
Temos muita gratidão,
Somos São Pedro da União.


A vida de cada um norteou,
Uma semente semeou.
Na escola que se formou,
Um sonho realizou.

Somos filhos de São Pedro,
Com muita luta e sem segredo.
Recordamos com alegria,
Da cidade que deixamos um dia.

Saudade imensa dos amigos que ficaram,
E de todos que viajaram.
Momentos bons proporcionaram,
Que hoje à tona retornaram.
Saudades!...
Élcio José Martins