Alerta As madrugas são doces O dia... J. Eliseu

Alerta

As madrugas são doces
O dia passa e nada acontece
Quando a escuridão chega e atropela
Aí sim tudo aparece!

Pode ser luz de lua
Pode ser abraço de estrela
Dorme bem meu amor
Amanhã cedo passo na feira.

Pode deixar que o almoço eu faço!
A louça eu lavo!
Mas me promete então:
Não vou descer pelo ralo

Não esqueça!
Sempre que te falo
Que quero é você
Na minha cabeça
Onde tudo dá pra ver
Mas só mesmo na cabeça
Para eu conseguir crer

Sua presença é fatal
Caí de uma montanha de algodão doce
Num mar de brigadeiro
Montei um barco de pizza
Naveguei estes sete mares
Procurando um sentido pro sonho.

Só por horas naveguei
Nada encontrei

Agora já sei!
Dorme bem meu amor
Sábado vamos ver
Se tingimos a alma da mesma cor
Dorme bem meu amor
Minha poesia vive da dor de te ter
Também de pensar na dor
De um dia te perder.

Dorme bem, flor
Mas eu vou ficar acordado
Revendo um particípio do passado
Imaginando ser teu enamorado
Mas será que é tão forte assim?
Não há derrota em se apaixonar
São novas prisões pra se desvendar
Com leveza, e porventura se libertar
Também, viver e deixar ser vivido
Numa noite, uma dor de ouvido
A rosa desabrocha o espinho do infinito
A graça é de uma lança áurea
Me perfurando enquanto olhando pro teto
Deitado na cama
Arrastando minha alma 12 andares abaixo

Não consigo parar de me mexer!
É o inferno?
Quero dormir!
Estou enfermo?

Dorme bem, flor do amor
Sábado veremos
Se teu espinho dissolve meu sangue:
Nos apaixonemos!

Que louvor!
Me convença a repetir a dor
Estou disposto a bater tal meta
Mas já aviso:
Tome cuidado que sou poeta