F E L I C I D A D E 0. DEFINIÇÃO... BuscadordaVerdade

F E L I C I D A D E


0. DEFINIÇÃO

Felicidade seria um estado de contentamento em que a vontade de viver o contexto (realidade) presente da vida é maior do que a de ignorá-lo, ou modificá-lo.


1. A BUSCA

Tão complexo quanto definir o significado/conceito pra palavra ''felicidade'', é estipular métodos/meios para percebê-la, ou busca-la, à ponto de ser estritamente inverossímil (impossível), a capacidade de um indivíduo criar um meio de alcançá-la em nome de todos os outros. A sua constatação depende totalmente da interpretação particular/individual de cada um. Se três pessoas fossem chamadas pra descrever uma mesma paisagem, ainda que usassem o mesmo sentido (a visão) pra interpretá-la, muito provavelmente fariam observações distintas. Se fossem chamadas pra interpretar um mesmo fato usando os cinco sentidos simultaneamente, certamente as observações seriam ainda mais distintas, se levássemos em conta que cada um prioriza e utiliza mais alguns sentidos do que outros sentidos para essa finalidade. É o que acontece quando pessoas que passaram por experiências de vida e aprendizados diferentes são convidadas à definirem um mesmo conceito. Qual seria a probabilidade de essas pessoas terem uma ideia idêntica sobre o conceito de felicidade? Portanto, a forma adequada de se buscar a felicidade é tão relativa quanto o seu conceito, visto que depende da interpretação autêntica daquele que se propõe a busca-la.


2. POTENCIAL DE FELICIDADE

Entretanto, em meio a tanta relatividade, a capacidade de interpretação pessoal dos fatos da vida, previsivelmente, pode favorecer ou dificultar a constatação da felicidade. Existem atitudes e traços de personalidade facilitadores ou dificultadores para a percepção da felicidade. As pessoas podem ter um grande ou pequeno potencial de felicidade. Potencial de felicidade seria a tendência que tornaria possível a constatação de fatos felizes, momentos felizes, ou condições felizes. Eis os fatores que expandem ou limitam esse potencial;
A).AUTONOMIA diante da própria vida. A consciência de que a felicidade, independentemente do que possa se significar, é uma responsabilidade própria, e não dos outros, ou de um outro causador. Ser o protagonista da própria vida, se aceitar como o responsável pelo próprio sucesso e fracasso. Enquanto essa postura não é tomada perante à vida, muitas vezes, a pessoa pode se esconder por de trás de culpados/obstáculos e muito provavelmente ele será dominado(a) pela faceta ruim das amarguezas da vida. Auto-indulgência, auto-vitimização, fé cega, tanto faz, independente do que torna um indivíduo apto a renunciar do poder de comandar a própria vida, o fato é que essa renúncia reduz o seu potencial de perceber a felicidade, porque ninguém senão o próprio sujeito, pode descobrir, aonde e em que experiências deve-se buscar a felicidade (estado de contentamento). Mas é de se salientar que ter autonomia diante da própria vida é absolutamente diferente de sobrepor a vontade própria perante outrem ou entregar-se à teimosia perpétua como a de quem não aceita conselhos.

B).Buscar o entendimento de si mesmo. Se reconhecer como um ser diferente, autêntico e único. Se aceitar como é. Sinceridade diante de si próprio.Quanto maior for o AUTOCONHECIMENTO do indivíduo, mais ele saberá identificar o que realmente o deixa feliz, melhor será a estipulação do que lhe é necessário, e maior a probabilidade de fazer escolhas de acordo com a própria essência sem se perder no labirinto dos auto-enganos.

C).FLEXIBILIDADE o suficiente pra experimentar o que é novo. Flexibilidade pra tomar novas atitudes, arriscar em novas tentativas, em novas possibilidades.
Isso possibilitará que o indivíduo vivencie uma grande diversidade de experiências. E, quanto maior a variedade de experiências que um indivíduo teve na vida, maior a probabilidade de que tenha a capacidade de perceber o que lhe possa trazer felicidade num sentido particular. É como se a vida fosse uma tela em branco, prestes a ser pintada e preenchida à medida que o tempo passa.O manuseio do pincel são as suas capacidades e atributos. Os tipos de experiências seriam as cores que você escolhe pra pintá-la. Quanto menos cores diferentes, menor a chance de erros, mas também menor a chance de que a combinação de cores leve à um resultado impressionante, por mais que a habilidade com o pincel seja ótima.

D).SIMPLIFICAÇÃO. Quanto maior o número de necessidades / exigências que o indivíduo tem pra viver a vida, mais complexa é a tarefa de manter-se em estado de contentamento,
maior o potencial de stress, e, maior será o potencial de frustração...Mesmo se ele tivesse todas as qualidades necessárias para supri-las. A sensação seria de que se está sempre faminto. E a fome, num sentido alegórico ou não, está longe de ser um estado agradável ou contentador. Essas necessidades em excesso representariam mais volume e peso na ''bagagem'' da vida, tornando a busca pelos objetivos algo estafante, cansativo, mesmo se o indivíduo soubesse bem à que se conduz a própria vida. Mesmo se o caminho fosse curto. Às vezes a ''bagagem'' pode tornar um simples passo, uma simples escolha, num drama, numa eternidade, devido ao excesso de necessidades, que muitas vezes, na verdade, podem não passar de caprichos inúteis. Então, diminua a bagagem....

E). Quanto maior a capacidade de perceber o lado positivo ou de enxergar valor diante dos acontecimentos da vida, maior o potencial de felicidade. É popularmente conhecido como OTIMISMO; cujo a finalidade não consta em ignorar a existência de problemas ou de dificuldades em nossa trajetória pela vida,
mas reduzir/ atenuar a dor dos momentos de tristeza e descontentamento (infortúnio) focando-se num ponto de contentamento. Às vezes pode parecer impossível achar um ponto positivo através da situação presente, mas, mesmo assim, pode ser que o lado positivo seja que a situação não esteja tão ruim quanto estaria se tivesse acontecido algo pior. Ou o lado positivo pode ser uma lição, um aprendizado. A questão é que, se há refutação em aceitar que a vida pode ser boa, mesmo com tantos problemas, pode ser que se que o indivíduo se torne cego diante da aparição de momentos que poderiam trazer-lhe alegria.

F). Quanto maior for a AUTOESTIMA, quanto mais qualidades o indivíduo conseguir de fato perceber em si mesmo, quanto mais nítido for o entendimento do indivíduo de que ele(a)
é capaz de buscar e realizar o que deseja, maior o potencial de felicidade. Isso diminuiria a vontade de se auto-afirmar, e a necessidade de obter aceitação partindo de outrem. O grande problema de viver se projetando na reação/aceitação de outros é que a pessoa passa a artificializar (distorcer) a imagem e o entendimento que tem de si própria, e assim ,consequentemente, toma decisões com o embasamento num personagem criado pra satisfazer os outros, e de maneira irresistível, recorre ao abandono de si mesmo. Por fim, tende a entregar-se à condição simbólica de viver de esmola moral, afetiva, por ser carente de atenção, porque , provavelmente, nunca se deu a atenção que merece.

G). A capacidade e abertura pra fazer parte de um grupo, de pertencer e de contribuir com algo que vá além da própria satisfação. Se satisfazer através das realizações dos outros. Capacidade de se relacionar e dese unir com outras pessoas. Capacidade de se alimentar da alegria alheia. Capacidade de COMPARTILHAR, PARTILHAR momentos, se expandir através de momentos de COLETIVIDADE, se sentir útil, se sentir importante ou fundamental pra alguém. Ou para um conjunto de pessoas. Se sentir anexado/integrado/incluso. Sentir-se parte de um todo, aonde você é um pedaço de um quebra-cabeça, e não ele todo.