Coleção pessoal de Buscadordaverdade

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O CONTO DA IGNORÂNCIA E MANIPULAÇÃO EM MASSA

''
Sete irmãos foram convidados por seu pai, pra assistir à exposição de um quadro. E, no final da exposição, perguntaram-lhes o que foi visto.
O irmão teimoso, que considerava aquela exposição uma grande bobagem, não quis ir.
O irmão preguiçoso, que não se aproximou muito do quadro, só pôde ver um monte de manchas e borrões.
O irmão obediente notificou um leito de um rio cercado por árvores, com um céu límpido.
O irmão esforçado enxergou, que além disso haviam montanhas no fundo, com pássaros dilacerando o céu.
O irmão que entendia de pintura, percebeu tudo isso, e que na soma dos componentes da paisagem forma-se a face de uma
mulher com traços de tristeza. O irmão pensador teve o privilégio de assimilar a real intenção do pintor ao passar a mensagem.
O irmão desconfiado, considerado como o mais louco entre eles, que não muito sabia de pintura, teve o pressentimento
de que por de trás das intenções do pintor poderiam haver terceiros com uma proposta completamente diferente da transmitida
pela suposta intenção do pintor ao pintar o quadro.
Porque percebeu que o belo quadro que fazia alusão à natureza, possuía uma moldura feita de pele de animal.
As diferentes interpretações custaram uma semana de discussão em casa, entre todos os irmãos, com exceção daquele que
era considerado insano demais pra discutir sobre o assunto, que além disso não fazia a menor questão de defender o próprio ponto de vista.
Ficou observando o debate, e foi à exposição novamente, sozinho.
Enquanto os seis irmãos brigavam aos berros estrondosos do irmão teimoso (seguro de si devido os boatos que ouviu sobre o quadro),
e diante da prepotência do outro irmão que entendia de pintura, em um lugar distante dali, dois personagens comemoravam o sucesso da exposição, dialogando, aos ecos de gargalhadas.
-E no final das contas, quem é que pinta o quadro da nossa rotina com esse lodo, escombroso, imundo e pestilento?
Pergunta o patrão do pintor se rindo todo, tratando de complementar o silêncio reticente com a resposta na ponta da língua;
-O observador. São os olhos da mente que fazem a obra, e se essa apresenta-se turva, distorcida, é por culpa da
falta de visibilidade ou por falta de capacidade de interpretação do observador.
-Hahaha. Riu-se também o pintor, que continuou:
-O melhor disso tudo, é que, enquanto ninguém aqui entender de "arte", continuarei "pintando e bordando", como bem me for conveniente.''


M O R A L



1.) O QUADRO

O quadro é um tipo de conhecimento, acontecimento ou uma informação que está sendo apresentado(a).
Um mesmo acontecimento/conhecimento/informação é uma fonte geradora de pontos de vista diferentes. Esses pontos de vista são limitados à capacidade de interpretação de cada observador.


2.) A SIMBOLOGIA

Portanto, quadro é um tipo de conhecimento, acontecimento ou informação. O pintor é quem ensina, quem o apresenta ou quem o informa. O patrão é quem articula essa apresentação de acordo com um objetivo que geralmente é escondido, ou fica subjetivo por de trás dos bastidores, podendo ser a própria mente de quem o apresenta.
Os boatos podem ser os efeitos intencionais causados na massa.
Os filhos são os tipos de postura dos observadores diante da apresentação do quadro. O pai, será revelado em breve (7.)*.


3.) O IGNORANTE

Não importa a etnia, a classe social, o contexto, e nem mesmo o lugar; perpetuará ainda por bastante tempo, uma grossa camada, numericamente superior, composta por aqueles que não param pra observar o quadro (como o primeiro observador)
por entregar-se ao ledo engano de que a avaliação da obra não é digna do seu tempo. E esse é o ignorante. É o que constrói as próprias convicções, que não abre mão de suas verdades absolutas e inquestionáveis para ao menos prestar atenção nos outros possíveis pontos de vista e possibilidades. Afirma e nega de maneira incisiva
e combatente sem se quer ter parado para avaliar a obra, porque sempre acha que o que sabe já é o suficiente.


4.) EM ALGUM MOMENTO, EM ALGUMA CIRCUNSTÂNCIA, TODOS NÓS JÁ FOMOS, SOMOS, E AINDA SEREMOS IGNORANTES

Por mais que você tenha pensado em muitas pessoas
que se enquadram nessa definição de ignorância
não julgue-as, e muito menos se exclua dessa parcela, porque,
em alguma área e momento da vida, você já fez parte, você faz parte e você fará parte. Não importa o quão intelectual, científico, aculturado, sábio, coerente possa se considerar, ou ser considerado.
Em alguma área da vida até mesmo Einstein foi ignorante.
Então se você não enxerga ignorância em si, pode ser que seja o próprio exemplo de ignorância na maioria dos casos.
Principalmente se as suas opiniões/interpretações serem exatamente as mesmas de décadas atrás.


5.) AS DIFERENTES POSTURAS

Se não quiser ser um ignorante, não seja inflexível e teimoso. Não existe conhecimento inútil. Por mais que uns lhe sejam mais necessários no momento do que outros.
Se não quiser ser um ignorante, não seja mentalmente preguiçoso.
Se não quiser ser um ignorante, não seja tão obediente, porque nem todas as ordens são válidas, ou ditadas por pessoas sábias e bem intencionadas. Não discuta com um ignorante, se ele enxerga as coisas de uma forma limitada, talvez seja porque não exista nele a real vontade de enxergar a verdade.
Se você for esforçado mentalmente, poderá estar caminhando rumo à verdade do contexto. Mesmo que você entenda de pintura, ou seja, mesmo que entenda/estude o assunto que comenta, ou que tenha passado pela mesma situação na vida várias vezes, não quer dizer que saiba tudo sobre isso. Nunca se sabe o suficiente.
Se tiver gosto pela reflexão (pensamento), poderá ter uma percepção tão ampla do ''quadro''(acontecimento/tema/fato)
quanto aquele que o estuda, ou que passou por ele várias vezes (aquele que entende de pintura). O pensador é um questionador incansável, o entendedor de pintura geralmente acha que sabe o suficiente. Quem tem mais chances de cavar até as profundidades da verdade?



6.) AS PEQUENAS DIFERENÇAS ENTRE O SÉTIMO E OS OUTROS IRMÃOS

Nem sempre o que os loucos/excêntricos dizem é verdade. Muito menos o que você gostaria de escutar.
Muitas vezes não são lhes dado ouvidos. Mas talvez seja interessante dar mais atenção ao que eles têm a dizer.
Desconfiar nem sempre evidencia uma postura sóbria, mas nunca é demais questionar as mensagens ou contradições de um conteúdo apresentado. Se existem intenções particulares por de trás deles.
O que houve de sábio na atitude do sétimo irmão, tanto quanto esse questionamento, foi a falta de disposição pra debater.
E foi o fato de analisar a obra novamente, antes de afirmar ou negar qualquer coisa. Porque quem quer entende algo de fato não precisa persuadir ou convencer ninguém do que viu. Sabe que a interpretação dos irmãos, apesar de incompleta, poderia se igualar à ele se houver mais esforço ou interesse por parte deles para entender. E sabe também, que cedo ou tarde, saberiam da verdade. E caso ele estivesse errado, ao menos não se passaria por bobo.



7.) AS IDADES NÃO IMPORTAM TANTO

Não foi mencionada nenhuma referência feita às idades dos irmãos,
porque o número de aniversários nem sempre torna a percepção de um observador melhor que a de outro. Essa percepção é aumentada através da receptividade para aprender, seja com as próprias experiências, ou com a dos outros.
Há quem passe por muitas experiências acerca de uma mesma situação, e nunca aprende, mesmo depois de ter envelhecido.


8.) O PAI

O pai é um motivo por de trás dos acontecimentos da vida. Por de trás de todos os quadros que são vistos.
Pode ser o que você quiser; D's, o Universo, o destino, o ''eu superior'', a própria vida dando palpites. Não importa.
O pai leva os filhos para os fatos/acontecimentos (exposição dos quadros) para que aprendam algo. Se você recusa o que o seu ''pai'' tem a dizer, ou a te mostrar, ou finge/julga de maneira convicta que ele não existe, é provável que na essência, esteja sendo um ignorante.

A AMBIÇÃO DO HOMEM

''Se sentir poderoso, superior, exclusivo, ou importante comparado aos outros é uma necessidade quase inerente ao ser humano. Pelo menos no ser humano que conhecemos até hoje. Quando esse consegue se desvencilhar dessa ''necessidade'' através do desenvolvimento moral / ético (valorização da igualdade, caridade, e etc) por exemplo, o que é já é difícil, ainda assim, provavelmente lhe sobrará a ambição de querer um pouco mais do que se tem, que pode se definir em ''melhorar de vida''. É o desejo de comprovar progresso individual tanto para si mesmo quanto aos outros. No capitalismo isso é estimulado e alimentado. Porque a individualidade, assim como a sensação de progresso, é algo substancial e absolutamente importante pra que a vida de qualquer ser humano faça sentido. O problema é o fato de a ignorância (em geral) do ser humano ser tão suprema à ponto de tornar comum as pessoas acreditarem que a manifestação da individualidade/progresso/sucesso não pode ser expressada de outra forma senão pelo o que se possui, ou pelo o que se pode mostrar.''

F E L I C I D A D E


0. DEFINIÇÃO

Felicidade seria um estado de contentamento em que a vontade de viver o contexto (realidade) presente da vida é maior do que a de ignorá-lo, ou modificá-lo.


1. A BUSCA

Tão complexo quanto definir o significado/conceito pra palavra ''felicidade'', é estipular métodos/meios para percebê-la, ou busca-la, à ponto de ser estritamente inverossímil (impossível), a capacidade de um indivíduo criar um meio de alcançá-la em nome de todos os outros. A sua constatação depende totalmente da interpretação particular/individual de cada um. Se três pessoas fossem chamadas pra descrever uma mesma paisagem, ainda que usassem o mesmo sentido (a visão) pra interpretá-la, muito provavelmente fariam observações distintas. Se fossem chamadas pra interpretar um mesmo fato usando os cinco sentidos simultaneamente, certamente as observações seriam ainda mais distintas, se levássemos em conta que cada um prioriza e utiliza mais alguns sentidos do que outros sentidos para essa finalidade. É o que acontece quando pessoas que passaram por experiências de vida e aprendizados diferentes são convidadas à definirem um mesmo conceito. Qual seria a probabilidade de essas pessoas terem uma ideia idêntica sobre o conceito de felicidade? Portanto, a forma adequada de se buscar a felicidade é tão relativa quanto o seu conceito, visto que depende da interpretação autêntica daquele que se propõe a busca-la.


2. POTENCIAL DE FELICIDADE

Entretanto, em meio a tanta relatividade, a capacidade de interpretação pessoal dos fatos da vida, previsivelmente, pode favorecer ou dificultar a constatação da felicidade. Existem atitudes e traços de personalidade facilitadores ou dificultadores para a percepção da felicidade. As pessoas podem ter um grande ou pequeno potencial de felicidade. Potencial de felicidade seria a tendência que tornaria possível a constatação de fatos felizes, momentos felizes, ou condições felizes. Eis os fatores que expandem ou limitam esse potencial;
A).AUTONOMIA diante da própria vida. A consciência de que a felicidade, independentemente do que possa se significar, é uma responsabilidade própria, e não dos outros, ou de um outro causador. Ser o protagonista da própria vida, se aceitar como o responsável pelo próprio sucesso e fracasso. Enquanto essa postura não é tomada perante à vida, muitas vezes, a pessoa pode se esconder por de trás de culpados/obstáculos e muito provavelmente ele será dominado(a) pela faceta ruim das amarguezas da vida. Auto-indulgência, auto-vitimização, fé cega, tanto faz, independente do que torna um indivíduo apto a renunciar do poder de comandar a própria vida, o fato é que essa renúncia reduz o seu potencial de perceber a felicidade, porque ninguém senão o próprio sujeito, pode descobrir, aonde e em que experiências deve-se buscar a felicidade (estado de contentamento). Mas é de se salientar que ter autonomia diante da própria vida é absolutamente diferente de sobrepor a vontade própria perante outrem ou entregar-se à teimosia perpétua como a de quem não aceita conselhos.

B).Buscar o entendimento de si mesmo. Se reconhecer como um ser diferente, autêntico e único. Se aceitar como é. Sinceridade diante de si próprio.Quanto maior for o AUTOCONHECIMENTO do indivíduo, mais ele saberá identificar o que realmente o deixa feliz, melhor será a estipulação do que lhe é necessário, e maior a probabilidade de fazer escolhas de acordo com a própria essência sem se perder no labirinto dos auto-enganos.

C).FLEXIBILIDADE o suficiente pra experimentar o que é novo. Flexibilidade pra tomar novas atitudes, arriscar em novas tentativas, em novas possibilidades.
Isso possibilitará que o indivíduo vivencie uma grande diversidade de experiências. E, quanto maior a variedade de experiências que um indivíduo teve na vida, maior a probabilidade de que tenha a capacidade de perceber o que lhe possa trazer felicidade num sentido particular. É como se a vida fosse uma tela em branco, prestes a ser pintada e preenchida à medida que o tempo passa.O manuseio do pincel são as suas capacidades e atributos. Os tipos de experiências seriam as cores que você escolhe pra pintá-la. Quanto menos cores diferentes, menor a chance de erros, mas também menor a chance de que a combinação de cores leve à um resultado impressionante, por mais que a habilidade com o pincel seja ótima.

D).SIMPLIFICAÇÃO. Quanto maior o número de necessidades / exigências que o indivíduo tem pra viver a vida, mais complexa é a tarefa de manter-se em estado de contentamento,
maior o potencial de stress, e, maior será o potencial de frustração...Mesmo se ele tivesse todas as qualidades necessárias para supri-las. A sensação seria de que se está sempre faminto. E a fome, num sentido alegórico ou não, está longe de ser um estado agradável ou contentador. Essas necessidades em excesso representariam mais volume e peso na ''bagagem'' da vida, tornando a busca pelos objetivos algo estafante, cansativo, mesmo se o indivíduo soubesse bem à que se conduz a própria vida. Mesmo se o caminho fosse curto. Às vezes a ''bagagem'' pode tornar um simples passo, uma simples escolha, num drama, numa eternidade, devido ao excesso de necessidades, que muitas vezes, na verdade, podem não passar de caprichos inúteis. Então, diminua a bagagem....

E). Quanto maior a capacidade de perceber o lado positivo ou de enxergar valor diante dos acontecimentos da vida, maior o potencial de felicidade. É popularmente conhecido como OTIMISMO; cujo a finalidade não consta em ignorar a existência de problemas ou de dificuldades em nossa trajetória pela vida,
mas reduzir/ atenuar a dor dos momentos de tristeza e descontentamento (infortúnio) focando-se num ponto de contentamento. Às vezes pode parecer impossível achar um ponto positivo através da situação presente, mas, mesmo assim, pode ser que o lado positivo seja que a situação não esteja tão ruim quanto estaria se tivesse acontecido algo pior. Ou o lado positivo pode ser uma lição, um aprendizado. A questão é que, se há refutação em aceitar que a vida pode ser boa, mesmo com tantos problemas, pode ser que se que o indivíduo se torne cego diante da aparição de momentos que poderiam trazer-lhe alegria.

F). Quanto maior for a AUTOESTIMA, quanto mais qualidades o indivíduo conseguir de fato perceber em si mesmo, quanto mais nítido for o entendimento do indivíduo de que ele(a)
é capaz de buscar e realizar o que deseja, maior o potencial de felicidade. Isso diminuiria a vontade de se auto-afirmar, e a necessidade de obter aceitação partindo de outrem. O grande problema de viver se projetando na reação/aceitação de outros é que a pessoa passa a artificializar (distorcer) a imagem e o entendimento que tem de si própria, e assim ,consequentemente, toma decisões com o embasamento num personagem criado pra satisfazer os outros, e de maneira irresistível, recorre ao abandono de si mesmo. Por fim, tende a entregar-se à condição simbólica de viver de esmola moral, afetiva, por ser carente de atenção, porque , provavelmente, nunca se deu a atenção que merece.

G). A capacidade e abertura pra fazer parte de um grupo, de pertencer e de contribuir com algo que vá além da própria satisfação. Se satisfazer através das realizações dos outros. Capacidade de se relacionar e dese unir com outras pessoas. Capacidade de se alimentar da alegria alheia. Capacidade de COMPARTILHAR, PARTILHAR momentos, se expandir através de momentos de COLETIVIDADE, se sentir útil, se sentir importante ou fundamental pra alguém. Ou para um conjunto de pessoas. Se sentir anexado/integrado/incluso. Sentir-se parte de um todo, aonde você é um pedaço de um quebra-cabeça, e não ele todo.

A MALDADE E OS MALES DA HUMANIDADE


''Não existe nenhum atributo/qualificação no ser humano que seja puro o suficiente pra anular a existência do que é oposto àquele atributo. Em todo ser humano existe uma parcela de prudência, e outra de imprudência. Em todo ser humano existe uma parcela de fé, e outra de ceticismo.
Em todo ser humano existe uma parcela de conhecimento, e outra de ignorância.O ser humano é composto de dualidades contraditórias que frequentemente o colocam em conflito diante das incógnitas da vida. Portanto, seria razoável definir todo ser humano como bom e mau ao mesmo tempo. Com a intensidade variando de um indivíduo pra outro. Mas a questão é; se o mundo hoje é reflexo de uma humanidade muito mais provida de maldade que de bondade, talvez não seja pelo fato de existirem pessoas absolutamente ruins dominando as boas; mas pelo fato de o lado ruim de cada um vencer com mais frequência. A vida que se leva e as motivações, no caso, conduziriam muito mais o indivíduo ao lado maldoso que ao lado bondoso. O sujeito feliz, ou satisfeito, jamais teria motivo para propagar a maldade. Mas o infeliz certamente já o tem.Se a insatisfação e a infelicidade reinam no mundo onde vivemos, é porque há algo errado na nossa forma de viver/entender a vida.Agora, se a vida parece ser má com a maioria das pessoas, e se, ser individual(sem se comprometer com o bem estar do próximo) parece compensar, tem-se não só os estímulo necessário, como o próprio consentimento cultural de que vale a pena ser mau, pelo menos às vezes, ou quase sempre, em detrimento do ''bem estar próprio''.Resumindo, acredito que os nossos traços culturais(individualismo ao extremo, por exemplo) estimulam um comportamento mais destrutivo que construtivo, mas porque aprendemos. Não porque somos propriamente bons ou ruins. Mas devido ao fato de, na maioria das vezes, sermos mais ruins uns aos outros do que bons por não sabermos conviver em sociedade, como um grupo, como uma só espécie. Enquanto tudo girar em torno de valores que tornam a maledicência mais lucrativa do que a benevolência, o lado mau, ou destrutivo (de cada um) irá sempre ''berrar mais alto''. Mas se de alguma forma, o lado bom fosse mais estimulado, poderia ser diferente;
Se a vida das pessoas com maior potencial de frustração encontrassem nutrição através de estímulos externos como compaixão dos outros/coletividade pra que a vida não se tornasse tão dura, e, se os gestos destrutivos fossem anulados por uma conscientização de que não compensam, a tal maledicência perderia forças.Porque fazer o mal não teria tanto sentido, ou não seria tão lucrativo, como talvez seja hoje.''

'' Quem é você?'' - Quanto mais você se conhece, mais complexa se torna essa pergunta.

ALMA GÊMEA
(DO MEU LADO É O SEU LUGAR)

E então o ar fica pesado
O oxigênio me enche os pulmões
Em densidão de chumbo
Os olhos acovardam-se
Na mais tímida coragem
Despindo-me de qualquer disfarce
Sendo o que sou, mais do que sou
Talvez me conheças mais
Que eu a mim mesmo
Me assustas, como pode?
Não tão exclamante quanto o fato
De tudo vivenciado até agora
Calhar em miudeza
Diante da perda da razão
Basta qualquer gesto de negação
Medo de que a eternidade
Desses segundos, minutos
Peguem carona no vento
Ou nos ponteiros do tempo
Pois não sei donde constatastes
Que és um medo só seu
O sorte ou revés dos fatos
E circunstâncias que podem
Converter férteis rios
Naquilo tão árido quanto o tapete de um cacto
Mas querida, quanto à mim
Meço esse amor como inquebrantável
Só fugiria se tivesse que protegê-la
De mim mesmo, se um dia precisasses
Usar as mesmas asas que te dei
Pra voar pra onde pudesse ser
Aquilo que comigo não podes
O amor pelo qual te mantive aos meus arredores
É o mesmo pelo qual lhe deixo partir
E então que voe
Mas volte cambaleando
Porque aprendeu que do meu lado é o seu lugar''

CORRUPÇÃO

A prática da corrupção semeia-se (inicia-se) no pensamento, através da auto-corrupção; tendo essa os seus traços esboçados quando o indivíduo se perde em justificativas
e distorções anestésicas para fraudar o próprio entendimento do que é certo e errado em nome do que considera imprescindível(necessário) no momento.
Popularmente definido pela expressão ''mentir pra si mesmo''.

SINTOMA DE UM APAIXONADO

''Medo de que a eternidade
Desses segundos, minutos, momentos
Peguem carona no vento
Ou nos ponteiros do tempo''

BOAS INTENÇÕES

''O que não é obtido, ou unido por boas e legítimas intenções, é condenado pela sua própria essência.''

PESSOAS SUPERFICIAIS

'' Superficialidade nada mais é que a habilidade de supervalorizar o que é desprezível e desprezar o que é realmente essencial na vida''

Lucidez

''Um homem lúcido pode e deve duvidar de tudo o que ele não é capaz de perceber,
mas se o mesmo faz da visão o único instrumento para a sua capacidade de percepção, já pode estar deixando de perceber coisas de mais pra que seja considerado como tal...''

O PREÇO, E O VALOR

Há uma grande diferença entre preço e valor. Nem tudo o que não tem preço é sem valor. O valor das coisas muitas vezes se remete àquilo que é simples, impagável, intangível. Dentre essas, presentes dados gratuitamente, pela vida. Não se pode deixar de acrescentar à essas atribuição de valor, os nossos conceitos abstratos(invisíveis) fundamentados numa conduta que torne a vida digna de ser vivida. Que é viver alicerçado em valores...
O dinheiro é papel impresso, uma moeda de troca. Mede o preço de uma mercadoria. Nem tudo o que é caro tem valor. Jamais trocaria os meu valores ou meus tesouros por dinheiro. Não venderia o sorriso daqueles que eu amo. Não venderia as tardes em que assisti o pôr do Sol ou as noites de céu estrelado. Não venderia a minha liberdade. Não venderia as minhas boas lembranças. Não venderia a minha dignidade.Quando algo tem valor pra nós, isso transcende qualquer preço.Quando não somos feitos de valores, por algum preço, seremos capazes de vender o que pode existir de mais valioso; Desde as tardes ensolaradas e noites estreladas à nossa liberdade. Desde a felicidade daqueles que amamos, à nossa alma.

IGNORÂNCIA
''
Sete irmãos foram convidados por seu pai, pra assistir à exposição de um quadro.
E, no final da exposição, perguntaram-lhes o que foi visto.
O irmão teimoso, que considerava aquela exposição uma grande bobagem, não quis ir.
O irmão preguiçoso, que não se aproximou muito do quadro, só pôde ver um monte de manchas e borrões.
O irmão obediente notificou um leito de um rio cercado por árvores, com um céu límpido.
O irmão esforçado enxergou, que além disso haviam montanhas no fundo, com pássaros dilacerando o céu.
O irmão que entendia de pintura, percebeu tudo isso, e que na soma dos componentes da paisagem forma-se a face de uma
mulher com traços de tristeza. O irmão pensador teve o privilégio de assimilar a real intenção do pintor ao passar a mensagem.
O irmão desconfiado, considerado como o mais louco entre eles, revelou que por de trás das intenções do pintor,
poderiam haver terceiros com uma proposta completamente diferente da transmitida pela suposta intenção do pintor ao pintar o quadro.
As diferentes interpretações custaram uma semana de discussão em casa, entre todos os irmãos, com exceção daquele que
era considerado insano demais pra discutir sobre o assunto, que além disso não fazia a menor questão de defender o próprio ponto de vista.
Enquanto os seis irmãos brigavam aos berros estrondosos do irmão teimoso (seguro de si devido os boatos que ouviu sobre o quadro), em um lugar distante dali,
dois personagens comemoravam o sucesso da exposição, dialogando, aos ecos de gargalhadas.
-E no final das contas, quem é que pinta o quadro da nossa rotina com esse lodo, escombroso, imundo e pestilento?
Pergunta o patrão do pintor se rindo todo, tratando de complementar o silêncio reticente com a resposta na ponta da língua;
-O observador. São os olhos da mente que fazem a obra, e se essa apresenta-se turva, distorcida, é por culpa da
falta de visibilidade ou por falta de capacidade de interpretação do observador.
-Hahaha. Riu-se também o pintor, que continuou:
-O melhor disso tudo, é que, enquanto ninguém aqui entender de "arte",
continuarei "pintando e bordando", como bem me for conveniente.''


M O R A L

1.)
O quadro é uma situação da vida, acontecimento ou assunto.
Um mesmo acontecimento/assunto é uma fonte geradora de pontos de vista diferentes.
Esses pontos de vista são limitados à capacidade de interpretação de cada observador.


2.)
Portanto, quadro é o fato, acontecimento da vida, ou assunto.
O pintor é quem mostra, ou executa o fato. É o causador direto.
O patrão é quem ou o que articula o fato, por de trás dos bastidores, podendo ser a própria mente do pintor, ao invés de uma outra pessoa.
Os boatos podem ser o senso comum ou os meios de comunicação.
Os filhos são os tipos de observadores.
O pai, será revelado em breve (7.)*.

3.)
Não importa a etnia, a classe social, o contexto, e nem mesmo o lugar;
perpetuará ainda por bastante tempo, uma grossa camada, numericamente superior,
composta por aqueles que não páram pra observar o quadro (como o primeiro observador)
por entregar-se ao ledo engano de que a avaliação da obra não é digna do seu tempo.
E esse é o ignorante. É o que constrói as próprias convicções através de falácias,
negando os outros possíveis pontos de vista e possibilidades sem nem ao menos ter
parado pra avaliar a obra. Geralmente acha que o que sabe já é o suficiente.

4.)
Se não quiser ser um ignorante, não seja inflexível e teimoso. Não existe conhecimento inútil. Por mais que uns lhe sejam mais necessários que outros.
Se não quiser ser um ignorante, não seja mentalmente preguiçoso.
Se não quiser ser um ignorante, não seja tão obediente, porque nem todas as ordens são válidas, ou ditadas por pessoas sábias e bem intencionadas.
Não discuta com um ignorante, se ele enxerga as coisas de uma forma limitada, talvez seja porque não exista nele a real vontade de enxergar a verdade.
Se você for esforçado mentalmente, poderá estar caminhando rumo à verdade do contexto.
Mesmo que você entenda de pintura, ou seja, mesmo que entenda/estude o assunto que comenta, ou que tenha passado
pela mesma situação na vida várias vezes, não quer dizer que saiba tudo sobre isso.
Se tiver gosto pela reflexão, poderá ter uma percepção tão ampla do ''quadro''(acontecimento/tema/fato)
quanto aquele que o estuda, ou que passou por ele várias vezes (aquele que entende de pintura). O pensador é um questionador incansável, o entendedor
de pintura geralmente acha que sabe o suficiente. Quem tem mais chances de cavar até as profundidades da verdade?


5.)
Por mais que você tenha pensado em muitas pessoas
que se enquadram nessa definição de ignorância
não julgue-as, e muito menos se exclua dessa parcela, porque,
em alguma área e momento da vida, você já fez parte, você faz parte e você fará parte.
E isso pode ser válido até pra quem é considerado um exemplo de genialidade.
Em alguma área da vida, Einstein era ignorante.


6.)
Nem sempre o que os loucos/excêntricos dizem é verdade. Muito menos o que você gostaria de escutar.
Mas talvez seja interessante dar mais atenção ao que eles têm a dizer.


7.)
Não foi mencionada nenhuma referência feita às idades dos irmãos,
porque o número de aniversários nem sempre torna a percepção de um observador
melhor que a de outro. Essa percepção é aumentada através da capacidade
de aprender com as suas experiências, e as dos outros.
Há quem passe por muitas experiências acerca de uma mesma situação, e nunca aprende,
mesmo depois de terem envelhecido.


8.)
O pai é um motivo por de trás dos acontecimentos da vida. Pode ser o que você quiser;
D's, o Universo, o destino, a própria vida dizendo. Não importa.
O pai leva os filhos para os fatos/acontecimentos (exposição dos quadros)
para que aprendam algo. Se você recusa o que o seu ''pai'' tem a dizer, ou a te mostrar,
ou finge/julga que ele não existe, é provável que na essência, esteja sendo um ignorante.

FAÍSCA

''Uma faísca então surgiu
Diante do frio, da escuridão
E quando acreditei na possibilidade
de se acender uma fogueira
Quente e luminosa, no coração....
Foi só mais uma faísca
E aqui dentro
Tão frio, tão escuro
Mas pelo menos
O céu é cheio de estrelas
Ainda é''

DE BOAS INTENÇÕES O MUNDO ESTÁ CHEIO?

As boas intenções podem ser insuficientes na prática, é verdade, seja por não terem se quer sido executadas, seja por seus efeitos não terem alcançado resultados positivos, ou até mesmo por distorções ético-morais individuais de interpretação. Mas o ponto importante no caso é o estado de consciência.Então, nesse caso, seria válido pôr duas condições extremas e inversas em conflito;Chegar no ''topo do mundo'' com a sensação de que não o merece? Ou ''afundar-se'' com a sensação de que não merece, mas sabendo que deu o melhor que pôde? O homem pode se esconder por de trás de qualquer justificativa pitoresca pra alcançar um determinado objetivo, mas no seu íntimo, na sua essência, ele precisa da própria auto-aceitação.

Existem dois tipos de pessoa;
As que têm preço, e as que têm valor

''De todos os folclores, mitos, e fantasias criados pelo homem, o acaso é de longe o mais absurdo.''

SONHO

Seu sonho, independentemente da interpretação alheia ou do sentido, é a parte mais real de você.
Classificar o seu sonho como fictício, ou abandoná-lo é o mesmo que concordar que a parte mais real e viva dentro de você não existe

A Verdadeira Segurança
Não há sustento, não há defesa, não há proteção, não há fortaleza maior do que a lucidez,
clareza mental e discernimento que o conhecimento e o aprendizado levados na bagagem da
nossa memória. Vê que, mesmo se pudéssemos ter tudo, tudo ainda poderia ser nada se não se
soubessémos o que fazer com o que se tem. Vê também, que, a diferença, ou vantagem,
não está em se encapsular e se embriagar de coisas que nos trazem pequenos lampejos de bem estar.
A diferença talvez seja a maneira com que nos conformamos com o fato de que a
vida sempre nos trará novos problemas. Segurança é a força mental que você tem pra enfrentá·los.
Sabedoria.

Homenagem à Antônio de Gastão


Se o mar ou o Itajurú estão pra peixe, lá está ele
Linha de pesca tucum, e uma rede, cá vem ele
Eis o tão ditoso e ínclito pescador
Coreógrafo do nado sincronizado dos botos
Ilustre membro na rara tertúlia dos pingüins de smoking
Imperceptível na mímica evasiva do cardume esvaído
Findada, a busca, a isca, o almoço
Quão harmonioso e homogêneo é
Diante do tão formoso amálgama natural
O qual sucede-lhe a camuflagem
Sendo o qual dele mesmo faz parte
Por entre orquídeas, gabirobas, mandacarus, araçás
Cambuís, guaco, cipós-chumbo, perobás
Conhece bem o espetáculo que é a natureza
Da guapebeira, então, nem se fala
Guapeba-de-leite gruda no céu da boca
Ainda faz brotar da madeira
Velho tomé, chico preto, sanhaço, dr.mamão
Filomena, palhaço, joão redondo, azulão
Artista, é de primeira
De-lhe o violão
Canta afinado a melodia da generosidade
Timbrando simplicidade incandescente
Dê-lhe um pôr do sol na beira do cais
Ah, contemplação que dá em verso e prosa
O céu estrelado, depois,
Mais oportuno momento não há
Pra contar estórias às crianças
Ora sobre o fogo verde, ora nos tempos do Algodoal
Pagé tzumé, sereias no litoral
Ou quem sabe as histórias
De Vespúcio, tamoios, caboclos da salicultura
Ou dos tempos no Algodoal
Afinal, crianças e jovens não são sabedores
Mas precisam saber
E enquanto o Itajurú, ou o mar
Ainda estiverem para peixe
Assim como a vida está para a arte
Mais farta será a pesca do melhor pescador
Melhor artista será o que melhor vive
Porque sabe pincelar nos quadros da vida
Os tons e silhuetas da natureza
Que existiam aqui em mil novessentos e doze
Que existiam aqui em mil novessentos e vinte
Que existem aqui até hoje
Seja você quem for
Filho ou filha do pescador afoito
Ancestral, ou forasteiro
Não é sabedor, mas precisa saber