Uma vez li que amor é dor Outra vez li... Luis Ricardo Teiga Ramalho

Uma vez li que amor é dor
Outra vez li que o amor enobrece nossa alma
Também já li que o amor é aquilo que nos traz calma
Outros dizem que sem sofrer o amor não é amor
Dizem que o sofrimento é a prova do amor
Outros chamam isso de paixão
Diante de tantos textos, e tantas visões, o que seria esse amor?
Já cheguei a pensar que amor é um descompromisso compromissado
Outrora penso que amor é um compromisso informal
Na informalidade que tem muito de formal
A informalidade mais linda dentre todas
Em que dois seres de livre e espontânea vontade entregam suas vidas um para o outro
Em que dois seres partilham sonhos, brigas, medos, vontades
Em que dois serem partilham um corpo
E comprometem-se com a felicidade mutua
Um sentimento tão lindo, e aparentemente simples
Mas tão complexo
Repleto de poetas e escritores que incansavelmente tentam compreendo-lo
Será que cada um sente de uma forma ?
Será que cada um tem sua forma de expressar? Sua forma de sentir?
As vezes penso que sim
Pois em gestos doces vejo muito de amor
E andando pela rua vejo estes gestos por ai
E passo a me perguntar se não é este um sentimento universal
Mas se fosse assim não seriam necessários tantos poetas e escritores para contextualiza-lo
Não existiriam tantas músicas para expressar este sentimento
E é nesse momento em que entra aquele amor que custo a entender
O amor do ego, o amor do orgulho, o amor do jogo
O amor que é dor
Mas que mesmo na dor encontra o amor
Na dor de ter e não ter
Ou na dor de não ter e ter
Na saudade podendo ter
Ou no possuir e ter saudade
Ou pior, na dor de ser uma ilusão
Um palavra tão pequena, mas de tantos tipos
Segundo as leis de Deus são esses: Amor Ágape, Amor Philos, Amor Eros
Tão diferentes
Mas tão completos
Entretanto entre eles existe algo em comum
A necessidade de se ter por perto
A necessidade do toque
A necessidade do olhar
A necessidade da presença
Da Ternura e do respeito
Do perdão
No amor que pode ter muito de dor e medo
Mas quem tem muito de esperança e fé
Tipo diferentes de amor
Mas com sintomas universais, com diferentes formas de se demonstrar
Muitas vezes sentimento que fica por meses, ou anos adormecido
Que acorda e recupera a virilidade em um olhar, em um sorriso
Mas que também pode adormecer e deixar de ser
Impressionante a forma do amor revelar-se
Em uma separação joga na sua face que é amor
Sinto que o amor não reconhece sua intensidade até a hora da separação
Até a hora do reencontro
E felizmente ou infelizmente prova-se amor na hora da "RETOMADA"
Que sentimento louco este, tão claro, mas tão confuso
Hora herói, hora vilão
As vezes um turbilhão
E neste entre sermos amados e não amarmos
E amarmos e não sermos amados
Aprende-se um pouquinho do que é amor
E revela-se muito do que é reciprocidade e vontade
Pensando nisso, fico feliz por perceber que muito amei
Fico feliz por perceber que por muitas fui amado
Mas fico triste por perceber que algumas não amei
E mais triste ainda quando reconheço o verdadeiro amor em mim
E o demonstro
O entrego
Espero
E observo
Até que percebo tristemente em meu âmago estes universais sintomas de amor partirem de mim um a um
Impossibilitando possibilidades
Impossibilitando esperanças
Impossibilitando recomeços
Impossibilitando esperança e fé
Começam a partir um a um
Um para cada entrega
Uma para cada ausência
E assim todos sintomas vão embora
O amor vira dor
E a dor vira renuncia
E a renuncia representa a desistência e falta de vontade
Aquela vontade que antes me transbordava
E que hoje me transborda de incapacidades
Incapacidade de querer,
incapacidade de lutar
Incapacidade de acreditar
E o cansaço toma posse
E assim renuncio aquele doce "amor"
E dou espaço para o bom senso
E por fim, um tipo diferente de amor toma posse de mim
O amor próprio.....