Eu a vi abdicar seus anseios para suprir... Dhieferson Lopes

Eu a vi abdicar seus anseios para suprir as minhas vontades. Ela negava os seus desejos para proporcionar-me o contentamento. Aquela mulher, constantemente, de tudo fazia para ver meus lábios desenharem um sorriso. Minha mãe deu-me os primeiros contatos ao amor – a versão mais afável, condescendente, admirável e grandiosa, um sentimento quase palpável. Quando o meu afeto para com alguns colegas vizinhos e da escola evolucionou, uma vertente pura e doce do amor eclodiu. Nomeados como amigos, aqueles indivíduos engrandeceram-me. Trouxeram-me confiabilidade e companheirismo. A companhia deles já era o bastante para o despertar da felicidade. Minha adolescência mostrou-me uma nova vertente do amor. Esta se manifestou por alguém fora do meu âmbito familiar. Sufocamentos demasiados, suspiros intensos, batimentos cardíacos acelerados, ciúmes incoercíveis, risos soltos e incontroláveis eram alguns dos sintomas que esta recente revelação trazia. A vontade de crescer enquanto ser humano e o talante de fazer o outro feliz me dominavam. Meu repertório pessoal fora crescendo. Modos de defesas foram surgindo, causados, especificamente, pela não correspondência, por outros, ao meu sentimento. O amor havia se tornado minha concepção absoluta, o resto se pusera como elementos secundários, coisas levadas pelo vento e exterminadas pelo tempo. O amor é minha lei primordial. Ele estivera junto a mim desde os meus primeiros passos de vida, permeando por todo meu processo evolutivo, e assim permanecerá até quando algum vestígio meu existir.