Heresia: depende do ponto de vista do... Ket Antonio

Heresia: depende do ponto de vista do herético histérico que vê!

Quando eu era católica, os evangélicos diziam que eu era herege, me acusando de idolatria.

Quando eu era espírita, evangélicos e católicos diziam que eu era herege, me acusando de idolatria, ocultismo e feitiçaria.

Achando que eu virei evangélica, católicos e espíritas dizem que eu sou herege, me acusando de idolatria a mamom.

E os evangélicos que acham que eu sou evangélica, dizem que sou herege porque me identifico com a fé de pastor tal e tal, tidos como hereges.

Quando digo que sou apenas cristã, eles insistem dizendo que sou herege, pelo fato de eu não idolatrar nenhuma religião, assim como eles fazem, colocando doutrinas e instituições religiosas acima de Jesus.

Ou seja, de um jeito ou de outro, sou herege em algum momento para alguém.

Todos são muito bons em acusar os outros pela fé que professam. Os religiosos se preocupam em converter (religiosamente) os já convertidos (a Jesus), pois querem estar certos doutrinariamente falando. Não se apegam nas igualdades da fé, e sim nas diferenças interpretativas. Não são levados pelo amor e sim pela letra. Pregam a Graça quando são acusados, mas usam a Lei quando são os acusadores. Daí fica aquele embate teológico que só serve para inflar os egos em suas competições sagradas, deixando o capeta orgulhoso com o que de melhor ele opera nos sentimentos humano: a vaidade.

Vão pegar outro pra Cristo! Literalmente falando, e não ironicamente. Vão converter os ateus pra Cristo, os muçulmanos pra Cristo, os adoradores de mamom pra Cristo... Isto sim é evangelismo! Vão resgatar as almas perdidas, as almas carentes! Há lugares no mundo em que a bíblia ainda não chegou, assim como a eletricidade e o saneamento básico. Falta tudo nesses lugares, para essas pessoas, menos Deus. Enquanto que há lugares (e pessoas) que tem tudo, tem bíblia, tem teologia, mas não tem Deus.

As pessoas ficam curiosas sobre a minha fé (no sentido de religião)... Perguntam-se o que me fez mudar tanto de rumo, porque deixei de ser da religião tal e tal, blá blá blá... Afinal, que apito eu toco?

Como disse, sou cristã. Nada mais e simples assim!

Quando decidi não ser mais enganada ou enrolada, me tranquei em meu quarto e fui buscar respostas na bíblia.
Quando decidi conhecer verdadeiramente Deus, deixei de ler qualquer outro livro para ler somente a bíblia, o livro de Deus.
Leio outros livros, escuto e converso com outras pessoas, mas é na bíblia que encontro tudo o que me é suficiente saber, e mais especificamente no evangelho. E se não existissem outros livros, se não existissem religiões, a bíblia bastaria. Na verdade a bíblia basta, o evangelho basta, porque Jesus basta!

Não sou contra quem frequenta algum templo religioso, seja por temor, seja por amor. Não sou contra quem precisa de religião para se sentir e se dizer cristão. Minha contrariedade é para os que limitam Deus a religião, ou a uma religião. Colocam Deus dentro de um templo e acham que somente lá O encontramos. Especificam o relacionamento de Deus, como se Ele tratasse como fiéis somente os fiéis de cadeiras e de dízimos. Minimizam a onisciência de Deus, enfraquecem a onipotência de Deus, restringem a onipresença de Deus.

E eu que sou a herege! Eu e um bando de “coitados” que não se encaixam nos sistemas religiosos, em sua maioria, dogmáticos, sacerdotalistas e legalistas.

Os doutores da lei, da época de Jesus, disseram o mesmo sobre Ele, porque Ele não pregava em templos, repreendia os religiosos, curava aos sábados, reduziu os 10 mandamentos aos 2 primeiros, esteve mais rodeado de ímpios e gentios, criticou com veemência os ricos (e não enriqueceu), e por fim, porém não menos importante: morreu por nós, sendo o sacrifício definitivo da propiciação dos nossos pecados, já que pela lei nem um sequer teria a chance da graça e salvação. Esse mesmo Jesus não foi reconhecido como o Messias prometido por Deus, pelo povo que se dizia de Deus. O povo que se dizia de Deus acusou o próprio Deus de blasfêmia, porque Ele preferiu o amor a condenação. O povo que se dizia de Deus mandou soltar Barrabás, e coloca a culpa até hoje em Pilatos, porque o mesmo, tendo o poder de decisão, lavou as mãos passando a responsabilidade para o povo que se dizia de Deus.

É esse o meu Senhor! Deus de amor, misericórdia, perdão. Deus Pai, Deus criador, Deus único! É Ele, somente Ele que pode me julgar, salvar ou condenar. É Ele que me abençoa não com o que quero e nem da forma que quero, mas do que preciso e da maneira que só Ele sabe o motivo. É Ele a quem amo, seja no muito, seja no pouco. É o Deus da bíblia, do Torá e do Evangelho. O Deus de todos os que O querem como Deus, com ou sem religião, dentro ou fora de templos. Amor foi o mandamento maior, a lei acima da lei; e a fé (Nele) foi a condição.

Heresia: depende do ponto de vista do herético histérico que vê!

Vigiem na terra, irmãos! O véu rasgou... E as máscaras vão cair.