Eu acho tão gostoso você ter a quem... Jorge Nicodemos

Eu acho tão gostoso você ter a quem chamar de meu amor. E poder escolher um dos olhos dele(a) como o seu preferido e a este sempre dedicar um dos melhores beijos, desde o principio da manhã, como quem decreta de forma irretocável: eu te amo tanto que hoje o nosso dia será, no mínimo, perfeito!

É uma delícia essa coisa de não precisar dizer absolutamente nada, e ainda assim, compreender que tudo ficou tão claro que a gente apenas sorri enquanto se devora com os olhos. É incrivelmente prazeroso cultivarmos a capacidade de enxergá-lo(a) melhor do que ele(a) mesmo. E com isso fazê-lo(a) notar como são gigantes cada uma das suas tantas miudezas.

É tão bom ter a quem recorrer quando nossas pernas, por alguma razão, nos deixam em dúvida quanto á possibilidade de darmos mais um passo na direção do nosso sonho, dado o nosso tão notório cansaço, e então, tendo aquela mão erguida e pronta para segurar a nossa, percebermos que, independente do que aconteça, tudo ficará bem. Porque podemos contar um com o outro. Porque juntos somos mais fortes.

É indescritível ter uma pessoa como seu primeiro pensamento do dia. E reconhecer sua voz, mesmo em meio a tantas outras vozes. E ser capaz de decifrar cada parte do seu corpo, apenas sentindo seu cheiro tão gostoso e peculiar.

É sinônimo de paz poder repousar ao seu lado com a certeza de que teremos, desde antes de dormir, os melhores sonhos possíveis. E caso o sono se vá, ainda assim termos a melhor insônia das nossas vidas, porque estamos aqui, você e eu. E porque isso já é suficiente.

->> "Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Não é sentir contra, nem sentir para. Nem sentir por, nem sentir pelo. Afinidade é sentir com. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas. Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram, foram apenas oportunidades dadas pela vida." <<-- (Arthur da Távola)