O prisioneiro Em um cela escura, ele... Luciano Brandão

O prisioneiro

Em um cela escura, ele reflete sobre suas agruras.
Esquecido pela corrompida sociedade.
Sente o apertado engasgo das amarguras. Enclausurado em sua incapacidade. Relembra toda aquela história humilhante.
Enquanto sua vida segue como numa infinita constante.

Mas nem tudo está perdido.
Ainda existe muito que se lutar.
Não se deve dar por vencido .
Mesmo quando a justiça não te abraçar.
O segredo é sempre manter a serenidade.
E nunca aceitar que retirem a sua dignidade.

Por Deus! Ele está solto, o recurso foi aceito.
Logo o ar se tornou puro e novamente o sol voltou a surgir.
Desde então, não está mais morto, o advogado postulou o direito.
Um grande profissional astuto que injustiças não iria permitir.
Agora o caminho mais óbvio é se vingar.
Mas aprendeu que nobre mesmo seria perdoar.

O tempo nunca passa em vão.
A noite fria, convida a acender seu candeeiro.
Não guarda arrependimentos e mágoas pelo perdão.
Apenas lembra de quando era um desprezível prisioneiro.
Muito feliz, pois já não precisa mais tentar fugir.
E porque enfim aprendeu que o mais importante de tudo, foi ter mantido a capacidade de sentir.