A falácia do Carpe Diem -colha o... Lucius Scarabotolus Gattalis

A falácia do Carpe Diem
-colha o dia/aproveite o momento- (“Colhe o dia presente e sê o menos confiante possível no futuro”)
Uma grande ironia; como todas as religiões, existe um abismo entre o que está escrito em seus livros sagrados e o que se é interpretado, posteriormente o que se é refletido no sentido das ações. Carpe Diem é um conceito que na teoria produz uma cinética/movimento (necessidade de se aproveitar o agora), o que converge em sua ampla maioria a convergência a felicidade, ao prazer. Discrepância; a felicidade é estática/estagnada, a principio não existe de fato uma evolução no periodo da felicidade, o que existe é a contemplação. A felicidade é relativa; existem graus, tipos, diferentes formas de vos expressar, tanto quanto a tristeza, porém a ponte que existe converge ao postulado de que na tristeza existe um processo de reflexão, existe uma necessidade de mudanças, necessidade de cinética, na felicidade não. Pois bem, então o Carpe Diem se baseia em produzir uma cinética, sem pensar necessariamente no futuro; Hitler fez isso, é um choque compreender que nessa perspectiva não existe uma necessidade do Carpe Diem ser benevolente em sua totalidade. Aquecimento global: “Por que se importar com o desmatamento? o Capitalismo necessita de lucro AGORA, não existe amanha, a necessidade de cinética é HOJE!”, Carpe Diem. Principio da Plenitude; O ser humano é pleno, todo ser possui um potencial de transformação, porém isso não significa que ele ira se transformar, o potencial é estático, é necessaria cinética, são necessarios desafios, problemas, dores, perguntas. Dualidade, a cinética é de certa forma contraria ao prazer, a felicidade plena. O Carpe Diem necessita de cinética, portanto necessitaria ele de desafios, problemas, dores, perguntas? Mas sem pensar no amanhã, sem confiança do futuro; fazer de tudo então para resolver as consternações diárias agora e portanto não aproveitar o momento, na verdade fazer de tudo para sair desta situação, portanto a necessidade não seria viver o Carpe Diem, mas sim a necessidade de sair dele? Não existe uma resposta. O grande problema é, como nos livros sagrados, nós seres “humanos” interpretamos seus ensinamentos de formas faláciosas e usamo-nas inreflexivamente, gostamos de botar a culpa sempre nos outros, nunca para nós mesmos, e nesse postulado esquecemos de uma parte muito importante das nossas vidas, como sociedade; O FUTURO! Transamos sem camisinha, destruimos tudo o que vem da natureza, chingamos nossos semelhantes, desprezamos outros seres, não nos respeitamos, infelizmente roubamos, matamos, estupramos, viciamos, alienizamo-nos. Enfim, fudemos tudo em função do Carpe Diem; “Não existe amanha mesmo, não existe KARMA”. De fato, após a morte no sentido ego, eu, não existe de fato um karma, porém existe uma grande possibildade da sociedade ainda continuar existindo e lógicamente esse tal de karma se propaga pelo ambiente, e existe uma grande possibilidade também (postulando que existe reencarnação) que quando voltamos a terra, o universo terá absorvido o karma e indiretamente de alguma forma (efeito borboleta) ele voltará a voce. Portanto tire suas próprias reflexões, questione o Carpe Diem, até onde vai a felicidade, até onde não existe um amanha, até onde não existem consequencias, seria necessario aproveitar a vida, evoluir, mas sem necessariamente viver eternamente em felicidade plena? Compreender que é necessaria a tristeza para a felicidade existir, compreender que respeito é para quem se da respeito, analisar que EXISTE um amanhã. Em suma; não leve nenhum texto ao pé da letra, filtre, adquira uma capacidade de discernimento (garantindo assim um conhecimento) e questione-se!